Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

As estações do ano baralham-se e baralham-nos




Este ano, o primeiro dia de Outono, brindou-nos com períodos de céu muito nublado, com chuva forte, com trovoadas e vento, um cenário próprio de Inverno.
Há muitos anos, os livros das escolas do primeiro ciclo caracterizavam, desta maneira, a estação Outono: 
“O outono é a estação do ano que sucede o verão e antecede o inverno. Esse período é marcado pelas mudanças bruscas de temperatura e da cor das folhas das árvores, que começam a amarelar. Na cidade, depois das férias as pessoas regressam ao trabalho. No campo, colhem-se os últimos frutos, trabalha-se na faina da vindima. Na cidade e no campo, abrem as aulas, um novo ano escolar começa. Sentem-se os primeiros frios. Sopram os primeiros ventos. Caem as primeiras chuvas. Uma nova época do ano começa: é a estação do Outono”.
O Outono era, então, a estação do ano associada à queda das folhas, às castanhas assadas, aos dias cada vez mais pequenos, enfim, uma preparação para o Inverno que viria de seguida, nas folhas do calendário e no tempo.
Hoje, as coisas, relativamente às estações, já não são assim tão lineares e a maneira como aprendemos a caracterizá-las nos nossos planos escolares já não faz o menor sentido.
Cai neve na Primavera, tivemos dias de Outono em que as pessoas foram à praia, como se de Verão se tratasse, e no Verão vêm dias frios, com formação de geada, tal como acontece no Inverno.
As estações entram umas pelas outras, baralham-se e baralham-nos, confundem-se, trocam as voltas ao calendário e transformam os dias no carnaval do tempo.
É por isso que muita gente afirma:
Outono, só se for no calendário!





























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