Na realidade, a nossa última sexta-feira foi apaixonante.
Contactar em primeira mão com a extensa e excelente obra do Dr. Adérito Freitas é fascinante mas conhecê-la "in loco", tendo-o como cicerone, é algo de inesquecível.
Confesso que me comovi algumas vezes... Valpaços tem sido para mim, lisboeta, uma surpresa atrás de outra. O património existente e a sua qualidade é qualquer coisa de inimaginável.
Houve quem o descobrisse, agora há que o preservar.
Valpaços pode fazer a diferença na área do tratamento do património cultural em Portugal.
Não conheço outro concelho com o potencial do vosso. Tão virgem e, talvez por isso, tão apelativo e interpelativo.
Como salienta o Dr. Adérito Freitas, ainda só se viu a ponta do icebergue mas, mesmo esta ponta, tem que ser tratada senão desaparece. Nesse sentido, deixo algumas sugestões que considero indispensáveis para a preservação desse património e que têm o acordo dos meus amigos Manuel Martinez e María del Rocío Acha Barral, os museólogos do país vizinho que nos acompanharam:
1ª - Fazer-se uma Associação, como por exemplo, Associação para Preservação do Património do Concelho de Valpaços;
2ª - Esta Associação serviria como consultora cultural para o tratamento, preservação e divulgação da totalidade do património;
3ª - Tendo como base a obra do Dr. Adérito Freitas, fazer-se uma classificação de todo o material levantado e identificado como "Património de interesse cultural" (ou qualquer outra classificação), de forma a impedir a sua destruição;
4ª - Pensar-se num modelo de museu em que todo o património valpacense (e não só o vinho, opção muito redutora) aparecesse devidamente tratado por temáticas e, a partir destas, criarem-se centros interpretativos e roteiros (deixei alguns folhetos com o Dr. Paulo Castro que podem servir de exemplo). Mais não me ocorre, para já. Muito há a fazer. Como diria o nosso amigo Manuel Martinez "hay que trabajar, trabajar, trabajar!" e nisso os transmontanos dão "cartas"... Um grande abraço para si e para todos os valpacenses. Foi uma honra poder estar convosco! Até breve! LR
21 Outubro, 2010 09:52
A Drª Luisa Romão deixou este comentário, acerca do Património arqueológico do Concelho, no blogue "Lebução de Valpaços", e, naturalmente, fez a sua apreciação, a sua sábia apreciação.. "O património existente e a sua qualidade é qualquer coisa de inimaginável. Houve quem o descobrisse, agora há que o preservar. Valpaços pode fazer a diferença na área do tratamento do património cultural em Portugal."
E continua:
Não conheço outro concelho com o potencial do vosso. Tão virgem e, talvez por isso, tão apelativo e interpelativo. Como diria o nosso amigo Manuel Martinez "hay que trabajar, trabajar, trabajar!" e nisso os transmontanos dão "cartas"...
Está tudo dito. Agora hay que trabajar e nós, como transmontanos que somos vamos lançar mãos à obra.
Bem-haja, Drª Luisa Romão, pelo apoio, pelo carinho, pela confiança, enfim, por acreditar em nós.
4 comentários:
O património arqueológico constitui uma mensagem viva, das comunidades desaparecidas no tempo, e como tal, a inserção dos valores arqueológicos, como herança cultural, é essencial para o conhecimento do nosso concelho. Os valores arqueológicos materializam-se em ruínas, e muitos outros "documentos" que jazem no solo. Uma vez daí retirados, embora salvaguardados e constituindo sempre um importante testemunho, perdem grande parte do seu valor enquanto conhecimento para o estudo e para a compreensão da evolução das sociedades humanas, passando apenas a peças de museu.
Por este motivo, existe uma preocupação crescente em preservar os lugares onde se sabe, ou suspeita, que existam ruínas ou objectos arqueológicos.
Vamos todos trabalhar nesse sentido.
«A questão relativa à diversidade património arqueológico do concelho de Valpaços, e do seu potencial valor com vista à obtenção de mais-valias por via de um adequado plano regional de exploração turística tem sido abordada, nos últimos tempos com grande optimismo, e muito bem, face à dura realidade conjuntural económica e financeira a que, a maior parte das pessoas se tem rendido. Perante o incontestável subaproveitamento de todo esse potencial, devo reconhecer que o Clube de História de Valpaços tem assumido uma postura meramente contemplativa, ao contrário de outros blogues locais que têm, com todo o mérito, favorecido válidas discussões de carácter interventivo, com sugestões que não serão de descartar, de modo a poder retirar-se todo o proveito possível do património histórico e arqueológico do concelho, como é o caso de “Lebução de Valpaços”.»
( Blog Clube de História)
"...É por essas razões que decidi divulgar, através do Clube de História de Valpaços, a Carta Arqueológica do concelho de Valpaços, da autoria do Dr. Adérito Medeiros Freitas, que continua a ser o melhor trabalho de pesquisa e divulgação do património arqueológico regional jamais publicado, apesar dos seus já perto de 10 anos de existência, desde a sua primeira edição; Esta obra foi antecedida por trabalhos de investigação arqueológica financiados, tal como ela própria, pela Câmara Municipal e realizados durante uma década, desde Junho de 1987. Apesar de o próprio autor tê-la considerado na data da sua publicação como «um trabalho ainda incompleto», tendo em conta, também na expressão do autor, que das 31 freguesias ainda não havia sido inventariada qualquer indício de interesse arqueológico em 10 delas, mantém-se, em minha opinião bastante actualizada. Não obstante as novas descobertas, pesquisas e estudos realizadas pelo mesmo autor e outros entusiastas investigadores durante a última década, ela continua a ser um referencial indispensável na matéria que contempla. Aos valpacenses que ainda não a tenham lido ou adquirido, recomendamos que o façam. Pensando em todos os portugueses, e particularmente nos que vivem noutras regiões do país, em outros países ou continentes e estejam interessados em conhecer a Carta Arqueológica do Concelho de Valpaços, vamos fazer, a partir desta data, uma transcrição e reprodução do seu teor, obedecendo ao mesmo critério de descrição por freguesias e por ordem alfabética, já a partir da próxima publicação. Hoje limitar-nos-emos a apresentar o mapa geral que tem servido de sinopse (certamente incompleto) dos monumentos histórico-arqueológicos do concelho que o autor optou por colocar no final da obra."
Por lapso, não indiquei a fonte do meu comentário.
Como o primeiro que fiz, o anterior comentário, foi retirado do Blog Clube de História.
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