Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Atrasado para o Natal


Um anjo pequenino,
Veio tocar o sino.

Outro, de palmo e meio
Logo atrás dele veio,

E pregou uma estrela
No tecto da capela.

Veio mais um depois,
Atrás dos outros dois,

E trouxe os pastorinhos,
Que achou pelos caminhos.

Por fim, chegou o bando,
De asas brancas cantando.

Só um, que adormeceu,
É que ficou no céu.

Quando acordou, o anjinho
E que se viu sozinho,

Voou muito apressado,
Mas chegou atrasado!

Pobre do anjinho tonto,
O Natal estava pronto.

- Que hei-de eu fazer agora,
Minha Nossa Senhora?

Sentou-se num degrau,
- Sou um anjinho mau!...

De chorar estava rouco,
O anjinho dorminhoco!

- Nem posso entrar no coro,
Com esta voz de choro.

Nisto, um menino
Descalço e pequenino,

Sozinho no portal,
Sem festa de Natal,

E teve tanto dó,
De o ver pequeno e só,


Que lhe pegou na mão,
E os dois juntos vão.

- Anda cá, vem comigo,
Ao pé do nosso amigo.

- E não ralha com a gente?
- Fica muito contente!

Chegam pé ante pé,
Junto de S.José

O anjo pequenino,
Mais o pobre menino,

Chegam-se à palha fria,
Onde Jesus dormia.

E Jesus quando os viu,
Voltou-se, olhou, sorriu!

- Que presente tão fino,
Trazeres-me esse menino!

Vês, anjinho? Afinal,
Foi um lindo Natal.









2 comentários:

Sandra Santos disse...

Quandom andei na escola fizemos esse tiatrinho antes das ferias do natal.
Eu fui aluna da professora graça e sou muito amiga dela,
bjs.
Sandra

Anónimo disse...

«E Jesus quando os viu,
Voltou-se, olhou, sorriu!

- Que presente tão fino,
Trazeres-me esse menino!

Vês, anjinho? Afinal,
Foi um lindo Natal.»


Espero que o seu Natal tenha sido bom.
Não me parece, mas mesmo assim aqui ficam os votos.