Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O Natal já passou


Eu não gosto do Natal.

Para muitos e para mim também, o Natal deixou de ser uma data feliz porque é carregado de recordações dolorosas, quase sempre associadas à perda de pessoas queridas, e essa ausência, esses lugares vazios à mesa, magoa o coração .

Eu não gosto do Natal. Não do motivo que o inspira, mas do clima, deste natal profano, do consumismo exagerado, desta histeria generalizada, da relação piegas das pessoas.

Levei, quase todo o mês de Dezembro, com essa onda "lamechas" de espírito natalício, mas ...já passou.
Repito: Eu não gosto do natal.

Simplesmente porque é a época de hipocrisia por excelência.

Porque é nesta altura que todos se preocupam com todos, principalmente com os desafortunados e realizam boas acções com as câmaras da televisão atrás...

Porque é a época do consumismo desenfreado, do toma lá dá cá, em que recebemos verdadeiras inutilidades.

Porque é a época dos sorrisos amarelos e da compaixão, de sermos bonzinhos à força...

Porque é a época em que recebo as mais "estranhas" e estúpidas mensagens de amor e fraternidade.

Porque é a época em que sou bombardeada, constantemente, e mais do que em qualquer outra época do ano, com publicidade enganosa, que me tira do sério.

Porque é a época da grelha televisiva mais idiota do ano, destinada a idiotas...Já nos brindaram mil e uma vezes com o "Sozinho em Casa" criando condições para os que consomem televisão abominem esse interessante filme.

O Natal de Jesus ( assim o definiu o Srº Padre Jorge) nada tem a ver com este tipo de celebração, no meu entender, profana.

Aprendi na catequese e esses ensinamentos ajudaram a orientar a minha vida, que Jesus nasceu numa manjedoura, para nos ensinar a ser humildes e a amar a pobreza.



O dinheiro pouco importa

O que importa é a verdade

E a prenda mais valiosa

É a prenda da amizade


Quem faz das tristezas forças

E das forças alegrias

Constrói à força de Amor


Um Natal todos os dias.

(parte de um poema que integra o disco Operários do Natal)








5 comentários:

Leandro Afonso disse...

concordo! escrevo sobre isso no meu blog também :)

Beijinhos e bom ano!

Graça Gomes disse...

Olá, Leandro!
Bem-vindo ao nosso Blog!
Como vês, relativamente ao Natal, pensamos da mesma maneira.
E em muitas outras coisas, estamos também de acordo, tenho a certeza.
Bom ano para ti e um beijo.

Arminda disse...

Fico feliz quando encontro alguém que partilha comigo as mesmas ideias, acerca das manifestações de solidariedade natalícia.
Afinal, "Natal é quando um homem quiser", e de preferência sem alarido e oportunismo.
Se não houvesse publicidade, os mais carenciados não tinham direito a nada; assim, a miséria de uns sempre serve de trampolim para os beneméritos.?....subirem na opinião pública.
Beijinho

Jorge Fernandes disse...

sim, senhora professora, o Natal já passou. e o que fica de mais um natal? apenas isso, talvez. mais um natal, banal, porque esvaziado do seu genuíno sentido. felizes os que pensarem e sentirem diferente: contra a corrente!
Feliz ano novo

Graça Gomes disse...

Bem-vindo, Padre Jorge!
Bem-vindo ao blog "Lebução de Valpaços," um espaço de todos e para todos.
Volte sempre, com os seus sábios e oportunos comentários.
Um abraço.