Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O Mundo em que vivemos



Recebi, há dias, de um amigo, o email que transcrevo na íntegra:


"Na mesma semana em que foi assassinado um cronista social faleceu um capitão
de Abril. Ao primeiro a comunicação social dedica horas, ao segundo dedicou
minutos. Para o primeiro são ouvidas dezenas de personalidades, do segundo
nada se diz. Do primeiro até temos de saber por onde vão ser distribuídas as
cinzas, do segundo soube-se que o corpo esteve algures em câmara ardente. Do
primeiro traça-se um perfil de grande lutador pelas liberdades, do segundo
pouco mais se diz que era um oficial na reserva.
A forma como a comunicação social tem tratado o homicídio de um mero
cronista social tem sido, no mínimo abusiva. São jornalistas, astrólogos,
parapsicólogos e uma verdadeira procissão de personagens de um jet set rasca
e no meio usa-se e abusa-se das imagens onde se vê o cronista a entregar um
ramo de flores a Maria Barroso, imagens que já vi serem repetidas quase uma
dúzia de vezes.
A forma trágica como terminou aquilo que o cronista descreveu aos amigos que
iria ser uma lua de mel é apresentada por astrólogas, parapsicólogos e
outros especialistas deste ramo como uma bela história de amor, um misto de
um episódio do Morangos com Açúcar com o Romeu e Julieta. Chegamos ao
ridículo de ver as astrólogas e parapsicólogos a tentarem demonstrar a culpa
do jovem homicida exibindo e-mails e insinuando que este teria conquistado
com palavras o distraído apaixonado, dando a entender que como noutro tempos
o enganou.
E anda este país com problemas gravíssimos distraído com um episódio sórdido
da lumpen-burguesia deste nosso jet set miserável, como uma pequena seita de
gente que se auto-elege como bonita , vive de pequenos luxos obtidos à custa
de papalvos, um meio onde se promovem personagens patéticas e decadentes a
grandes figuras nacionais, onde autarcas financiam discotecas de astrólogas
ou ajeitam as contas de idiotas convidando-os para reis do Carnaval.
Todo este espectáculo mórbido que só serviu para os portugueses saberem um
pouco mais sobre se fazem e desfazem as paixões conseguidas com trocas de
favores começa a provocar-me náusea, já me custa assistir a um telejornal ou
abrir as páginas dos jornais, enoja-me que estes jornalistas me queiram
fazer pensar que os grandes problemas do país é como acabam as paixões dos
nossos socialites, os sítios que querem poluir com as suas cinzas, ou os sms
que trocaram com os seus engates.
Lá que insistam em dizer que crónica social é saber com quem namora uma
qualquer Lili decrépita e decadente é uma coisa, agora que a sociedade
portuguesa é o pequeno mundo dessa pobre gente é outra coisa. O país tem
muito mais com que se preocupar com os engates de modelos, com as trocas de
sms, com paixões à primeira vista entre cronistas de 65 anos e modelos de
20. Chega, começo a sentir náuseas."


Não podia estar mais de acordo com o conteúdo deste texto.



7 comentários:

Armando Sena disse...

A Mafalda não falha.
Estamos a passar tempos conturbados.
Diz-se que cada um tem aquilo que merece ou quem bem fizer a cama bem nela se há-de deitar.
Assim, este deve ser o tal mundo que merecemos.

Anónimo disse...

Concordo plenamente Sr. Armando Sena.

João disse...

....

maria disse...

Não sei que dizer de tanta miséria que vai por este Portugal fora, e só se preocupam com (gentalha) desta qualidade. Só tenho pena que os restos das cinzas desse tal cronista venham acaber de poluír ainda mais este país. Bem que as deviam deixar para lá todas.
Pobre rapaz.

joao marques disse...

concordo plenamente com o conteúdo do texto, neste país à beira da falencia e as nossoa canais de televisão passam já semanas a comentar a morte da Carlos Castro e a divulgar diversas opiniões,e suspeitas sem qualquer fundamento.Neste País, fala-se demasiado e dá-se muito importãncia a determinadas pessoas sem credibilidade e sem moral.para criticar os outros.

luisa disse...

A morte de um ser humano e sempre de lamentar , mas também concordo com o que diz a Maria.
Pobre rapaz.

Graça Gomes disse...

As meninas e os meninos estão uns craques, relativamente às novas tecnologias. A prova está aqui, nos comentários que fizeram.
Gostei imenso e, por isso, convido-os a voltarem sempre.
Parabéns a todos e em especial para a dedicada, competente, presente e amiga Alexandra Gomes, a Professora.