Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 16 de janeiro de 2011

Última homenagem ao Drº Edgar Carneiro



Chaves, 8 de Maio de 1913.

Um casal, abastado, morava em FAIÕES, aquela Aldeia lá na Veiga, já a encostar-se ao Brunheiro e onde o pão continua a ser sempre bem cozido e bem saboroso.

Chegada a altura de ser mãe, a esposa «fez questão» que os seus filhos «tinham de nascer» na Vila.

O marido fez-lhe a vontade.

Havia uma casa devoluta, que ainda era de família, ali para a Rua Direita.

O futuro pai comprou-a. Arranjou-a a preceito. E, chegada a hora, foi lá, no Nº 104 da Rua Direita, que nasceram os filhos desse casal de FAIÕES.

E todos saíram ilustres.

Desse «ranchito» temos a sorte de ainda estar entre nós o EDGAR.

Professor e Poeta, o Dr. EDGAR CARNEIRO foi um Mestre que deixou reconhecimento e saudades aos seus alunos. E ainda hoje continua a fazer amigos.

A Cidade de Espinho, onde leccionou e onde reside desde há muitos anos, adoptou-o como seu cidadão e celebrou-o condecorando-o.

Mas o Dr. EDGAR CARNEIRO continua apegado ao torrão que o viu nascer e crescer.
Sabemo-lo e testemunhamo-lo.

Sempre que chegamos ao «Mon Chèri», para tomar o nosso «pingo» e fazer-lhe companhia ao lanche, solta-se-lhe logo:

- “Então que novidades nos traz da “NOSSA TERRA”?!

E, acompanhados pela flaviense de provecta idade, D. ARMANDINA SERRA RAMOS, lá falamos de algumas «novidades de CHAVES» e de muitas recordações de todos.


JOANINHA, VOA, VOA

Joaninha, voa, voa,
Leva as cartas a Lisboa.
Leva o desgosto da gente
Que não quer ódios nem balas.
Nem rodeios nem cabalas
De quem promete e lhe mente.

Joaninha, voa, voa.
Leva as cartas a Lisboa.
Leva esta mágoa sentida
De quem quer comer o pão
Sem ter de estender a mão
A quem lho dá por medida.

Joaninha, voa, voa.
Leva as cartas a Lisboa.
Correio de quem é pobre,
Vai dizer a quem é tolo
Que quanto mais cresce o bolo
Mais o povo passa fome.


Do Livro "A FACA no PÃO" (1981)


Fonte: Blog "Chaves Olhares sobre a Cidade"

.

2 comentários:

Anónimo disse...

Uma grande perda para a cultura portuguesa.



D E P O I S de A M A N H Ã

Não canto ontem nem hoje
canto depois de amanhã
não mais cantarei a fonte
só a gaivota na foz
não canto o grito de agora
só o silêncio depois
quando no meio da noite
despido de glória vã
erguer a voz que sobrou
para cantar amanhã
Edgar Carneiro

Flaviense disse...

etMais um ilustre filho da terra que nos deixou.
Chaves fica mais pobre.
Condolências à família.