Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A solidão dos mais velhos


Uma idosa esteve morta durante nove anos dentro de casa, na Rinchoa, sem que as autoridades ou familiares a tivessem procurado, segundo avançou o Correio da Manhã. Foi uma penhora por parte das Finanças que fez com que a nova proprietária descobrisse o terrível cenário.Porém, na altura do desaparecimento, em Agosto de 2002, uma vizinha garante que estranhou a ausência e que alertou a polícia. A mulher explicou que os agentes recusaram-se a arrombar o apartamento, mesmo depois de terem sido alertados para o facto de o correio não ser recolhido e de o vale de reforma não ser levantado.Passados nove anos, veio a encontrar-se o cadáver da idosa, que completaria 96 anos no sábado, na cozinha e o do seu cão na varanda.
O que afastou a hipótese de morte foi a ausência de mau cheiro.
Fonte: SOL


Se a Polícia foi alertada em 2002 pelos vizinhos e, mais tarde, por familiares, e não fez nada, decididamente ... estamos entregues à bicharada.









2 comentários:

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
este é, cada vez mais, um mundo-cão! Ainda bem que, nas nossas aldeias e vilas do interior "atrasado", estamos mais atentos ao nosso vizinho. E não acredito que, aqui, fosse preciso pedir autorização à GNR para ir ver se a vizinha estava bem ou não...
abs

Maria disse...

Fernando Nobre, o médico sem fronteiras, falou assim da velhice:
uma sociedade humana que não sabe tratar, com cuidado, com atenção, com carinho, com estímulo, os seus idosos, é uma sociedade que se desnorteou, que perdeu valores civilizacionais fundamentais.
Nenhum de nós gostará de se ver tratado, amanhã, como um indesejado, um descartável, um peso para a sociedade.
E lembrou que os mais velhos são portadores de uma sabedoria, de uma experiência de vida, de um enriquecimento que, se conjugado permanentemente, com a juventude, poderá criar mais-valias, valorização extrema das nossas competências.