Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 21 de março de 2011

Já é Primavera



Tenho um poema à espera
Do teu sorriso.
Um poema indeciso
Entre a coragem e a covardia.
Um poema de lírica alegria
Refreada,
A temer ser tardia
E ser antecipada.

Dantes, nascias
Quando eu te anunciava.
Cantava,
E no meu canto acontecias
Como o tempo depois te confirmava.
Cada verso era a flor que prometias
No futuro sonhado…
Agora, a lei é outra: principias,
E só então eu canto confiado.


Miguel Torga



















4 comentários:

Romeiro de Alcácer disse...

"Umas pétalas" de

....
PRIMAVERA

Diz que há festa esplendorosa
Nesta província graciosa,
A linguagem das flores!
A graça, a beleza é tanta,
Que cada vez mais me encanta
A terra dos meus amores!
…….
Veste-se o campo maninho
De congorsa e rosmaninho,
De cores e tons tão diversos…
Na faina dos novos ninhos
Revoam os passarinhos
Por toda a parte dispersos.
…….....
As águas das penedias,
Os melros, as cotovias,
Abrem doce melopeia.
Penetra o sol as umbrias;
O bródio das romarias
Já começou pela aldeia.



De: Artur Maria Afonso


-------.

Romeiro de Alcácer

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
E Viva... a Primavera!!
abs

ps: belas imagens para um poema de Torga cada vez mais certeiro.

Graça Gomes disse...

Para o Romeiro de Alcácer, e para o Srº Coroado, meus amigos, este poema de Sophia de Mello Breyner.
Voltem sempre, porque sempre serão bem-vindos.


FLORES

Era preciso agradecer às flores

Terem guardado em si,

Límpida e pura,

Aquela promessa antiga

Duma manhã futura.

(Sophia de Mello Breyner)

Anónimo disse...

Para a minha amiga Graça, que tanto tem feito pela nossa terra, vai um beijo grande, e este poema de Florbela Espanca.
Zé Maurício


É Primavera agora, meu Amor!
O campo despe a veste de estamenha;
Não há árvore nenhuma que não tenha
O coração aberto, todo em flor!


Ah! Deixa-te vogar, calmo, ao sabor
Da vida... não há bem que nos não venha
Dum mal que o nosso orgulho em vão desdenha!
Não há bem que não possa ser melhor!

Também despi meu triste burel pardo,
E agora cheiro a rosmaninho e a nardo
E ando agora tonta, à tua espera...


Pus rosas cor-de-rosa em meus cabelos...
Parecem um rosal! Vem desprendê-los!
Meu Amor, meu Amor, é Primavera!...