Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 13 de março de 2011

Prenúncios de Primavera



Flor vermelha sem dor

Sonho ser flor bela

Bela flor de amor

Rosa, Rosa ou não

Mas sempre flor

Flor que sempre espera

Com amizade na mão

Ilusão ou quimera

Chega sempre

No calor da Primavera




















7 comentários:

Anónimo disse...

GLÓRIA
Depois do Inverno, morte figurada,
A primavera, uma assunção de flores.
A vida
Renascida
E celebrada
Num festival de pétalas e cores.
Miguel Torga

Graça Gomes disse...

Lindo!

Armando Sena disse...

Um novo fôlego, o renascer da esperança, o colorido e multifacetado olfacto da Primavera. Bonitas fotos.

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
belo poema e belas imagens.
abs

Anónimo disse...

Neste entardecer tão belo...
Entre todas as flores...
Existe uma rosa amarela...
Que vem ressurgindo...
Com a primavera...

Trazendo consigo...
Seu delicado perfume...
Assim como esperanças...
E oportunidades...
Para novas amizades...

A primavera é tão bela...
Porque traz com ela...
Todas as flores e aromas...
Revitalizando a inquietude...
De todos os corações...

As rosas colorem o amor ...
As vermelhas exalam paixão...
As amarelas trazem magia e a sedução...
As brancas com sua brandura...
Trazem paz para os corações...

João Ratão disse...

Num meio-dia de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!.................................................................


Fernando Pessoa

Romeiro de Alcácer disse...

PRIMAVERA, OU NÃO

Voltarás, Primavera
Nas asas dos insectos
Multicolores.
Mas que será
Do pólen amarelo,
Se a Terra for
Um árido deserto;
E, em vez de tanta flor,
Crescer o cogumelo?

Edgar Carneiro