Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.
É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.
Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.
Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.
A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".
A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.
4 comentários:
"Parabéns pelas lindas imagens,linda como sempre a procissão da nossa aldeia.bjs"
Ora aqui estão as fotos do meu tempo. E as saudades que eu tenho de tudo isso. Do largo da Praça com o tanque que tiraram para outro lugar. Da rua principal com as casas velhinhas mas sempre bonitas. Parece-me a sr. Estefania na sua varanda. Quantas saudades eu tenho desses tempos e dessa terra donde nunca devia ter saído.
Ó minha terra, onde eu nasci
Quantas saudades eu tenho de ti
O amor redobra, com as saudades
Tu és para mim o doce toque das trindades
Ai,ai,ai...ai,ai,ai
Velhos caminhos como é bom voltar
Ai,ai,ai...ai,ai,ai
Doces caminhos deixai recordar
Adoro em ti, esses teus tempos de menino
Pois foi então que Deus traçou o meu destino
Nas horas tristes com a mãe a abençoar
Eras tu ó minha terra
Doce afago a confortar
Eu quero ouvir os teus pardais ao desafio
Quero sentir a sombra amiga do Estio
Em teus folgedos reviver com emoção
Ó pião da minha infância
Vem de novo à minha mão
Ó minha terra, onde eu nasci
Quantas saudades eu tenho de ti
O amor redobra, com as saudades
Tu és para mim o doce toque das trindades
Ai,ai,ai...ai,ai,ai
Em homenagem à minha terra da qual tenho muitas muitas saudades:
"Ai, há quantos anos que eu parti chorando
deste meu saudoso, carinhoso lar!...
Foi há vinte?... Há trinta?... Nem eu sei já quando!...
Minha velha ama, que me estás fitando,
canta-me cantigas para me eu lembrar!...
Dei a volta ao mundo, dei a volta à vida...
Só achei enganos, decepções, pesar...
Oh, a ingénua alma tão desiludida!...
Minha velha ama, com a voz dorida.
canta-me cantigas de me adormentar!...
Trago de amargura o coração desfeito...
Vê que fundas mágoas no embaciado olhar!
Nunca eu saíra do meu ninho estreito!...
Minha velha ama, que me deste o peito,
canta-me cantigas para me embalar!...
Pôs-me Deus outrora no frouxel do ninho
pedrarias de astros, gemas de luar...
Tudo me roubaram, vê, pelo caminho!...
Minha velha ama, sou um pobrezinho...
Canta-me cantigas de fazer chorar!...
Como antigamente, no regaço amado
(Venho morto, morto!...), deixa-me deitar!
Ai o teu menino como está mudado!
Minha velha ama, como está mudado!
Canta-lhe cantigas de dormir, sonhar!...
Canta-me cantigas manso, muito manso...
tristes, muito tristes, como à noite o mar...
Canta-me cantigas para ver se alcanço
que a minha alma durma, tenha paz, descanso,
quando a morte, em breve, ma vier buscar!"
(Guerra Junqueiro)
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