Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Este Outono pardacento



O Outono cobriu o campo com as cores vivas, alegres, berrantes, com que se faz anunciar ano após ano. 
Um tom pardacento, pesado, instala-se sobre a terra e envolve Outubro que, no lento definhar dos dias, e submisso, demasiado submisso, à inabalável vontade que o outono lhe impõe, nos presenteia com o vento e a chuva, prenúncio do Inverno, que, vezes sem conta, interfere nos assuntos dele, do Outono.
Há dias e dias que as ruas da minha terra estão transformadas em riachos, onde é difícil passar. Os lavradores lançam os seus queixumes, em forma de prece - Meu Deus, assim nem podemos sair de casa!
E as castanhas continuam a cair, abanadas por este vento, que põe as folhas a rodopiar num bailado louco.
É o Outono que se instalou. É o Inverno que continua a interferir nos assuntos do Outono.
E eu, recordei a minha mãe, como acontece todos os dias. Quando ouvia alguém queixar-se dos dias frios ou quentes, da chuva ou do vento, respondia, serenamente:
«Nada anda à vontade de Deus como o tempo.» 




















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