Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Um dia de Outono com prenúncios de muito Inverno






















1 comentário:

Anónimo disse...

1onsibion“NÃO ME PARECE”
por Luís Fernandes


Não me parece.
O nevoeiro apenas faz uma carinhosa e ternurenta ameaça, mais como que a prometer um resto de dia solheirinho.
As árvores, no sem tom verde – alegre, viçoso, sabem bem, e estão a querer dizer-nos, que o dia vai estar lindo.
A frescura dessa manhã vem lembrar-nos da frescura ao anoitecer e o conforto que os de Lebução vão sentir com uma ceia fartinha daquelas coisas boas cuja culpa de nos tornar invejoso e guloso cabem inteirinhas à autora do Blogue.
Claro que nós entendemos muito bem o disfarce deste post(al).
Mas se aos figos já não vamos a tempo, a um Magusto esperamos que não chegar atrasado!
E o «docinho de abóbora» deve dar sinal, logo à nossa chegada!
O nevoeiro da NORMANDIA TAMEGANA tem subtis e misteriosos desígnios cúmplices de almas e corações comprometidos em segredo.
Lembrei-me de um textozinho de um tal “Romeiro de Alcácer” - “NEBLINA ATÉ CURALHA”.
Se a autora me dá licença:
….-

“Neblina até Curalha”
Namoravam-se.
Ela, uma linda rapariga.
Ele, uma jóia de rapaz.
Pareciam feitos um para o outro, diziam as comadres da aldeia.
Galferro! – chamavam-lhe, a ele, as velhotas, mesmo mais novas, que a queriam a ela para um filho, sobrinho ou neto.
Mas «ambos dois» estavam presos pelo beicinho.
A mãe dela proibiu e amaldiçoou aquele namoro.
O pai dela, contrariado embora, deixou-se envenenar pela mãe da sua filha, e censurou o namorico.
Mas havia sempre maneira de ludibriar a mãe e fintar o pai.
Numa madrugada com neblina mais cerrada do que esta, o pai, carregado com o medo que a mãe lhe pusera às costas, que a sua filha ‘inda fosse roubada em dia de tanto nevoeiro, levou-a consigo numa ida a CURALHA.
Na noite anterior, quando no céu reinava uma Lua Cheia, depois de saltada a cortinha e subido à janela, ele e ela já haviam combinado o ponto do caminho onde os seus olhares se cruzariam como sinal de coragem e sabedoria para vencer a contra-maré dos pais.
A geada caía forte, mas quedava derretida com o calor de um beijinho ou de um xi-coração daquele par.
E nessa madrugada de cerrada neblina, no ponto do caminho combinado, entre o CANDO e CURALHA, lá estava ele camuflado numas giestas, sorrindo, acenado e soprando um beijinho para ela, que se fez tropeçada para atrasar o passo e demorar as promessas da sua boca e as bem-aventuranças do seu olhar.
Só a sombra conseguiu, um dia, separar aquele par!.......


Romeiro de Alcácer