E lá estava ela, a velha oliveira, que, segundo a gente de Faiões, pertencia à Senhora da Conceição, a padroeira da terra. Pois era junto dessa oliveira, gasta pelo peso dos anos, que o meu pai encostava o Prefect preto, para que eu e a minha mãe pudéssemos sair.
Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.
É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.
Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.
Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.
A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".
A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.
sábado, 25 de outubro de 2014
Para sempre, Mãe
E lá estava ela, a velha oliveira, que, segundo a gente de Faiões, pertencia à Senhora da Conceição, a padroeira da terra. Pois era junto dessa oliveira, gasta pelo peso dos anos, que o meu pai encostava o Prefect preto, para que eu e a minha mãe pudéssemos sair.
5 comentários:
Emocionante. Aplausos. abraço.
Emocionante. Parabéns. Abraço.
Obrigada, Henrique Pedro! Beijinho
Gostei de ler. Arrepiante até...
Mais uma vez, dou-te os parabéns pela excelente qualidade do teu blog.
Ainda hoje, contava aos meus filhos e junto de um cunhado que é de Chaves, das vezes que lavávamos roupa em Rebordelo, dos banhos no rio, das festas da procissão e das vestes de santa, das idas a Espanha, das gulodices dadas pelas tias, e até, do descarregar montes de tijolos ca camioneta da Cerâmica que vinha para o avô. Tantas vivências que os meus filhos não têm! Parabéns, mais uma vez!
Carlota, minha querida:
O teu comentário encheu-me a alma!
Quando referenciaste memórias dos teus tempos de menina, pequena, em Lebução, avivaste acontecimentos, tempos e lugares que foram/são nossos, vividos com tanta intensidade, com tanto amor, com tanto carinho que, dificilmente desaparecerão das nossas lembranças, das nossas recordações mais belas.
Sempre foste e serás, para sempre, a minha sobrinha mais querida aquela que, mesmo ausente, está sempre presente. Beijinho
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