Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Festa de Nossa Senhora das Brotas _ domingo e segunda-feira de Pascoela

                                         
      (Foto de Fernando Ribeiro)

Esta festa realiza-se anualmente no domingo e na segunda-feira de Pascoela. É, ao que julgamos, a mais antiga das festas populares de Chaves e arredores.
Segundo Ribeiro de Carvalho, as despesas do culto eram em tempos cobertas pelos pequenos recursos de uma confraria, com a invocação da Senhora das Brotas, cuja instituição devia ser muito antiga, pois num documento então existente na capela constava que em 1682 essa irmandade se achava de facto extinta “por terem falecido todos os irmãos que a constituíam”. 
Depois essa atribuição passou para outras mãos.
Mas donde virá a origem desta devoção?
Ainda segundo Ribeiro de Carvalho, a festa das Brotas é uma simples transformação, ou adaptação ao cristianismo, das festas pagãs que em honra de Ceres, deusa da agricultura, se celebravam na antiguidade.
Na nossa língua a palavra “brotar” tem, entre outros significados, o de “germinar”. Parece ter sido desse verbo que se formou a palavra “brotas”como designação da fecundidade da Primavera quando os campos se enchem de gomos, rebentos e espigas.
O que sim sabemos é que este culto religioso se tem mantido até aos dias de hoje e que na segunda-feira muitos dos flavienses vão até ao forte de S. Neutel comer as suas merendas constituídas principalmente por folar, cordeiro, leitão… ou rancho, para os mais tradicionalistas.
                                                (Texto de João Madureira)






































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