Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Nem mordaças nem algemas _ Morreu a eterna primeira-dama Maria Barroso



Foi uma vida dedicada à luta pela liberdade, pela solidariedade e pela tolerância. Maria de Jesus Barroso Soares sempre foi muito mais do que a mulher de Mário Soares. Apesar de ter deixado o Palácio de Belém há quase 20 anos, para muitos portugueses nunca deixou de ser a “primeira-dama”.

Nascida no Algarve em 1925, era a quinta de sete irmãos. A mãe era professora primária, o pai militar e lutador antifascista. Foi em casa que teve o primeiro contacto com a política, à qual dedicaria um amor tão forte como o que devotou toda a vida às artes, sobretudo ao teatro e à poesia. 

Estudou Arte Dramática no Conservatório Nacional e Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi aí que conheceu Mário Soares. 

Depois de deixar o Palácio de Belém, foi presidente da Cruz Vermelha Portuguesa. Fundou e presidiu, até ao último dia, à Pro Dignitate – Fundação de Direitos Humanos. 

Há muito afastada da política activa, nunca se demitiu de pensar Portugal, a Europa e o mundo. Na mesma entrevista à Renascença, defendia, aliás, a transformação que sonhava para a União Europeia. 

“A Europa é um espaço que precisa de ser fortalecido. É preciso que seja não só um espaço económico, mas também cultural e social, um espaço onde as pessoas possam viver, que tenha peso próprio e no qual se imponha os valores da cultural ocidental.”

A sua longa carreira foi premiada com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, três doutoramentos “honoris causa”, duas dezenas de condecorações atribuídas por países de todo o mundo, dezenas de prémios e cargos de destaque em perto de 30 organizações, sobretudo de carácter humanitário. 

Numa entrevista recente ao jornal “i”, por ocasião dos seus 90 anos, deixava claro como gostaria de ser recordada: “Uma cidadã modesta mas amante da liberdade, da solidariedade e do amor
Fonte: RR

Já não há mordaças, nem ameaças, nem algemas
que possam perturbar a nossa caminhada, em que os
poetas são os próprios versos dos poemas e onde
cada poema é uma bandeira desfraldada.

Ninguém fala em parar ou regressar. Ninguém
teme as mordaças ou algemas. – O braço que
bater há-de cansar e os poetas são os próprios
versos dos poemas.

Versos brandos… Ninguém mos peça agora.
Eu já não me pertenço: Sou da hora.
E não há mordaças, nem ameaças, nem algemas

que possam perturbar a nossa caminhada, onde
cada poema é uma bandeira desfraldada e os
poetas são os próprios versos dos poemas.



































Sem comentários: