Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

E na alma ficam as memórias desses caminhos



Tomam cor as amoras, suportadas pelas heras, nas margens dos caminhos, quando o sol amanhece mais cedo e os dias entram pelas noites.
Tomam cor as amoras, novamente, neste Verão, quase a dar lugar ao Outono, de dias pequenos, onde as noites ditam o ritmo e fazem as pessoas regressar cedo a casa.
Vagueamos, como tantas vezes, por esses caminhos de amoras, com sabores e cheiros de infância, ouvindo o coaxar das rãs, nas poças, saltando, assustadas, à nossa passagem. Sabores eternos, nas margens dos caminhos, trazidos pelo vento, pelo sol, pelo luar, pelas montanhas, pelas neblinas, pela chuva...
Canções de afectos, canções de embalar, pairam pelos ares, poisam nas montanhas mais altas, como sementes de alegria, que o vento traz até nós.
E, nós, vamos, saboreando as palavras, mensagens de alento que lançavas, que semeavas e transformavam o meu mundo, eu que tive o privilégio de beber esse saber, essa calma, essa paz.
E na alma ficam as cicatrizes e as memórias desses caminhos de amoras que percorremos...
Ontem partiste para o mundo das estrelas, onde nasce o canto das aves.
E eu fiquei mais só.


























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