Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sábado, 10 de outubro de 2015

Sondar a história do vinho é conhecer uma civilização velha de milénios que continua viva



A introdução da vinha no decurso da romanização, nomeadamente no Baixo Império, é percetível em alguns arqueossítios espalhados pelo nosso país, nomeadamente pelo norte de Portugal. Essa ocupação é mais óbvia na base dos castros ou castelos (romanizados), como comprovam os vestigios cerâmicos e numismáticos. Contudo, tal presença não se encontra unicamente testemunhada nos fragmentos cerâmicos, mas pelos diversos lagares escavados na rocha, provavelmente associados aos inícios da produção de vinho na nossa região . A sua tipologia em alguns casos distinta demonstra o engenho no trabalho da pedra.Adérito Medeiros Freitas, autor do livro Lagares Cavados na Rocha, e de mais uma dúzia de títulos que o Presidente do Município, Eng. Francisco Tavares, publicou, tem como objectivo “provocar dúvidas e interrogações” no que toca à divulgação e preservação do património.
“Sondar a história do vinho é conhecer uma civilização velha de milénios que continua viva”. A obra que dá a conhecer património concelhio, “Lagares Cavados na Rocha”, patrocinado pela Câmara Municipal de Valpaços, mostra 67 lagares localizados em 12 freguesias do concelho valpacense, onde se destaca a freguesia de Santa Valha com 21 “peças raras”. “Desde estruturas muito simples a estruturas mais complexas, onde um já muito evoluído sistema de prensa (torcularium) estaria presente, creio que de tudo haveria nos 67 lagares cavados na rocha do concelho de Valpaços”. (Eng. Augusto Lage)

Os últimos exemplares descobertos, de características únicas, em Pardelinha, enriqueceram a segunda edição da obra já aqui referenciada - Lagares Cavados na Rocha, de Adérito Medeiros Freitas.

Para este achado muito contribuiu o empenho, trabalho, dedicação e conhecimento dos campos de Pardelinha, de Carlos Vieira, membro da Junta de Freguesia de Santa Valha, e Miguel Serra, natural e residente na localidade, onde foram postos a descoberto mais estas jóias do nosso património.










































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