Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Foi muito utilizado nos meus tempos de criança




Foi muito utilizado nos meus tempos de criança. Chamava-se Caminho Velho e ligava Lebução a Pedome. O caminho tem marcas de pessoas e animais, que o percorreram ao longo dos anos. Era uma alternativa à Estrada Nacional e encurtava, bastante, o percurso. As crianças de Pedome, as que frequentavam a escola, nessa época, e eram muitas, faziam o caminho duas vezes por dia. Mas a viagem de regresso, principalmente nos dias de Primavera e Outono, era sempre muito mais demorada. Havia que fugir das bruxas, dos ciganos e dos tísicos, que atormentavam as crianças, cada qual com seu fim. 
Quantas vezes calcorreei esse caminho, mais a Nanda, a Vera, a Gena e a Teresa, para acompanhar as nossas amigas de Pedome, principalmente a Teresa Sena. Fugíamos dos ciganos, benziamo-nos e fazíamos figas quando deparávamos com bruxas, e corríamos até não poder mais, com medo que nos tirassem o sangue, quando pressentíamos os tísicos.
Desactivado, ou quase, durante longos anos, foi terreno fértil para silvas, tojos, giestas e todas as plantas silvestres que proliferam na nossa zona. Hoje, depois duma limpeza levada a cabo pela Junta de Freguesia da minha terra, o caminha está perfeitamente transitável. Parece quase uma auto estrada, disse uma moradora de Pedome. Com dedicação, empenho, e trabalho e sem grandes custos, a obra vai nascendo. Parabéns, mais uma vez, à Junta de Freguesia da minha terra.











































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