Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Há plantas ideais de um cântico divino





Alucina-me a cor! – A rosa é como a Lira, 
a Lira pelo tempo há muito engrinaldada, 
e é já velha a união, a núpcia sagrada, 
entre a cor que nos prende e a nota que suspira.

Se a terra, às vezes, brota a flor, que não inspira, 
a teatral camélia, a branca enfastiada, 
muitas vezes, no ar, perpassa a nota alada 
como a perdida cor dalguma flor que expira...

Há plantas ideais de um cântico divino, 
irmãs do oboé, gémeas do violino, 
há gemidos no azul, gritos no carmesim...

A magnólia é uma harpa etérea e perfumada, 
e o cacto, a larga flor, vermelha, ensanguentada, 
– tem notas marciais, soa como um clarim.
Gomes Leal

















































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