Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Ó terra ficas sem homens que possam cortar teu pão



Nos anos sessenta, o período de maior fluxo emigratório de portugueses para países da Europa, nomeadamente os países industrializados da Europa Ocidental, Adriano Correia de Oliveira, compôs um poema e música, que deu vida ao Cantar de Emigração


Este parte, aquele parte
e todos, todos se vão.
Ó terra ficas sem homens
que possam cortar teu pão...


A mão de obra emigrou e os campos ficaram reduzidos a um punhado de velhos que, muito embora a sua vontade férrea, as forças pouco ajudavam. E pouco a pouco os campos foram ficando ao abandono  _ Ó terra ficas sem homens, que possam cortar teu pão...
Presentemente, o mundo rural vive a mesma situação, com outros protagonistas.

Escolas encerradas, aldeias-fantasmas, campos abandonados e uma população envelhecida. Nunca como agora as marcas da desertificação humana foram tão nítidas em Trás-os-Montes nomeadamente no meu Concelho. A região continua a perder gente a um ritmo galopante e, nada tem sido feito para inverter esta situação.
As comunidades camponesas sobrevivem à custa de muito esforço e lutam, sobretudo, para deixarem aos vindouros o património que receberam dos seus antepassados.
Há dias, fiquei agradavelmente surpreendida, com este pedaço de terra, no nosso Concelho, bem cuidado, pelas mãos de quem sabe e sabe, também, que a agricultura é a base de riqueza de qualquer comunidade.

















































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