Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

O gato à sua janela, ao sol que brilha fulgindo



O gato à sua janela,
ao sol que brilha fulgindo,
vai dormindo,
vai pensando
e vai sonhando:


”Ó minha linda casinha,
tu és minha, muito minha,
nem há outra melhor que ela!”

O gato à sua janela,
ao sol que brilha fulgindo,
vai dormindo,
vai pensando
e vai sonhando:

Pelas longas noites de invernia,
quando o vento, num lamento,
muito lento, muito longo,
muito fundo, de agonia,
ruge e muge,
e a chuva bate à janela,
nos vidros, fina a tinir,
- ai como é bom dormir
ao serão, todo enroscado
ao pé do lume doirado,
fazendo ron-ron, ron-ron…

O gato à sua janela,
ao sol que brilha fulgindo,
vai dormindo,
vai pensando
e vai sonhando:

“Não tenho inveja a ninguém:
nem aos pássaros no ar,
a voar;
nem aos cavalos saltando,
galopando;
nem aos peixinhos do mar,
a nadar;
não tenho inveja a ninguém,
aqui da minha janela,
onde me sinto tão bem…

Ó minha linda casinha,
tu és minha, muito minha,
não há outra melhor que ela!”

Afonso Lopes Vieira
















































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