Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 23 de setembro de 2018

O mês de Setembro, como todos os anos, descobriu o Outono



O mês de Setembro, como todos os anos, descobriu o Outono. Chegou de mansinho, sem fazer grande alarido e instalou-se. Ninguém deu por ele, pois o Verão não arreda pé. Há dias que andava, como quem não quer a coisa, a preparar a entrada. Muito subtilmente. Só as noites e as madrugadas conseguiam vislumbrá-lo. Era, portanto, um entra e sai, um jogo do gato e do rato. As temperaturas desciam e o frio entrava em cena. Só aí. Os dias, com sol, muito sol, eram todos Verão.
E, não há, nem pode haver, Outono, sem manhãs e noites frias, sem um vento que faz rodopiar as folhas. sem estes tons que nos deslumbram. É, nos campos, dizem, a mais bela época do ano. E a mais poética.
E há quem diga, também, que o Outono é mais uma estação da alma do que da natureza.
E eu, como uma minha aluna, criança, há muitos anos, digo:

O Outono
É uma árvore
muito triste
sem folhas
num jardim sozinha.
O Outono
é um passarinho
a chorar
com frio.
O Outono
é o sol
sem calor.














































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