Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

A couve penca é muito consumida durante todo o ano



 Desde há muito que a produção desta couve é realizada nas várzeas dos rios que atravessam a região do Alto Tâmega. Não é afectada pelas geadas, antes tira vantagem destas, uma vez que a textura se altera e a torna menos fibrosa. Já o Cónego Dr. António Figueiredo refere: «… crescem as folhas em largas rodadas como corola, envolvendo outras camadas de folhas que se vão sobre-pondo, enroladas em forma de concha longa, mimosas e esbranquiçadas, fechando-se num olho grande e cego» e ainda: .a importância vem não só da alta e própria qualidade destas plantas mas da escassez de alimentos hortícolas na área das geadas constantes e fortes». Também J. Manuel Cotelo Neiva escreve: «É o dia da Consoada. Neste dia todos jejuam, ou melhor, fingem jejuar, pois comem o jantar habitual e a noite ceiam o bacalhau com batatas e a couve guisada, prato que nunca pode faltar.

 Muito consumida durante todo o ano as refeições, sendo de especial apreço na consoada de Natal, onde não pode faltar a acompanhar o bacalhau e as batatas cozidas.
 Cultivada em todos os quintais das habitações e também em hortas, para comercialização. Esta couve é muito influenciada pelo clima: as melhores produções obtêm-se com temperaturas baixas e em terrenos férteis e húmidos. Os solos indicados devem ter elevada capacidade de retenção de água mas também drenagem suficiente para que se evitem excessos. A data da sementeira (de Agosto a Dezembro) e a duração do período de cultivo interferem nas propriedades nutricionais da couve. Tradicionalmente a sementeira era feita em alfobre, sendo depois mudada para lugar definitivo em Outubro. A rega era feita com o auxílio de «cegonhas» (noras ou baldões) para retirar a água dos poços.
Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses


















































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