Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Minha linda, minha doce Ana



Ontem, Domingo, voltei à missa. Não, não foi por causa do pão e do folar. Ainda tenho, e eu não gosto de armazenar. 
Além de ser a Eucaristia dominical, era celebrada em sufrágio da alma de Luís Alberto Lavrador, um conterrâneo, um amigo, companheiro de muitas jornadas. 
A igreja estava a rebentar pelas costuras. À minha frente estava uma menina, muito menina, que me olhava, de vez em quando, sorrindo. Eu retribuía o sorriso, com um afago nos longos cabelos, apertados com um laço. Na hora da saudação, a menina do sorriso doce, curvou-se para trás e apertou-me num abraço ternurento. 
No final da celebração, um cunhado do Luís Alberto foi ler, uma homenagem escrita pelo irmão, Ernesto José, que deixou toda a assistência emocionada. E eu, que senti todas as palavras que o Eng. Sérgio Machado dos Santos proferiu, comovido, deixei cair as lágrimas que, tentei reter algum tempo.
A menina que estava à minha frente, abriu uma malinha cor de rosa, tirou um lenço branco e estendeu-mo, apertando a minha mão.
Minha linda, minha doce Ana, o teu gesto deixou-me ainda mais emocionada, mas engoli as lágrimas e sorri para ti. Retribuíste o sorriso e voltaste a cara para a frente.
Depois, perdi-te na multidão.















































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