Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Carvela e a pista de para pente



Já foi pista de para pente, dizem-nos, este lugar privilegiado, bem no alto do Brunheiro, com uma vista deslumbrante sobre a cidade. Sobre a cidade e sobre o mais que o olhar alcança que, em dias claros, pode ir até Monterrei, Verin, e outras paragens. É um miradouro natural, rodeado de rochas, artisticamente decoradas pela natureza, uma varanda, com mais de oitocentos metros de altura, voltada para a distância. Depois há a calma, a paz, que só estes lugares nos podem proporcionar. O silêncio é quase absoluto, cortado pela brisa que nos afaga e pelo chilreio das aves, em voos rasantes.
Pois, tudo parece perfeito, neste lugar de montanha, onde a natureza impera. Mas não. O lugar, completamente votado ao abandono, é terreno fértil para plantas invasoras que vão tomando conta deste paraíso.
E era tão fácil aproximar Carvela da cidade! É um tirinho, apenas, que um passadiço, por exemplo, resolveria. Ou uma eco via, para os que gostam de caminhar, observar a natureza e usufruir dos ares da montanha.
Vamos olhar as nossas aldeias, principalmente quem detém o poder, os lugares mais recônditos, como parte integrante deste país, velho de séculos. É aí que está muito do saber_usos, costumes e tradições, que nos tornam únicos. 
E vamos despertar consciências, relativamente ao mundo rural, tendo presente a nossa riqueza como povo, e o seu legado, singular. Singular, num mundo que caminha, a passos largos, na direcção da globalização, do pensamento único _ uma verdade de contornos trágicos. 
Se nada for feito, daqui a poucos anos, teremos um interior despovoado, com uma paisagem feita de eucaliptos, carvalhos e acácias. As silvas, os tojos, e as giestas vão cobrir o que resta das nossas aldeias.
Carvela não foge à regra.







































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