Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sábado, 8 de junho de 2019

Hoje foi missa de sétimo dia por alma de Maria Alcina Lavrador



Hoje foi missa de sétimo dia por alma de Maria Alcina Lavrador, pela Cininha, como carinhosamente lhe chamamos. 
A minha terra ficou mais pobre, com a partida desta vizinha, amiga, prestativa, generosa. E eu sinto essa partida porque lidei com a Cininha durante anos, de quintal para quintal. Trabalhadora, amanhecia aqui na horta, à volta das batatas, dos feijões, das alfaces, dos frutos, que tratava com sabedoria e desvelo. Era a rega, a monda, a sacha e todos os trabalhos que possibilitavam uma colheita abundante. E, quando o sol, muitas vezes, já se tinha afundado na linha do horizonte, lá para os lados de Fiães, ainda a Cininha andava na horta, colhendo, regando, limpando, enchendo a cesta.
Dizem que a boa árvore produz bons frutos e, neste caso, o ditado acertou em pleno. 
A Cininha era filha da D. Masquinhas Morgada, uma das senhoras mais generosas, mais solidárias, mais fraternas que a minha terra conheceu. Já partiu há muito tempo, mas ainda hoje é lembrada pela sua imensa generosidade, pelo espírito de partilha, pelo modo como abria a porta de casa, aos mais desprotegidos, aos mais vulneráveis, aos que conheceram o lado mais cruel da vida.
E hoje lembro, também, Maria Alice Lavrador, irmã da Cininha, Mãe das minhas amigas Beta e Nanda, uma senhora de uma bondade infinita, que já está junto de Deus, há muitos anos. 
Corria as casas da minha terra para prestar auxílio a doentes, permanecendo na cabeceira da cama sem qualquer tipo de receio ou medo. Centenas e centenas de injecções que aplicou durante a vida. Eu estou incluída nesse número e, por isso, a minha gratidão é eterna. Mãe das minhas amigas, lidei com ela muito de perto. Entrava nessa casa muitas vezes e tive longas conversas com Maria Alice Lavrador, que foram verdadeiros ensinamentos de boa convivência, de tolerância, de amor ao próximo.
Mas hoje foi celebrada missa de sétimo dia pela Cininha, que já repousa na paz de Deus.
Aos filhos, Zita, Fernando e Manuel e restante família, o meu abraço fraterno.





































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