Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 18 de julho de 2019

No meio está a cancela, bela, simples e original


Dum lado as águas murmurantes do ribeiro, correndo tranquilamente, sem pressas, sem atropelos. Do outro, o caminho das preces, das procissões, das ladaínhas, direccionado para a capela de Santa Marinha, que se ergue altiva e imaculada, no alto da colina. No meio está a cancela, bela, simples e original, porta de entrada para a frescura do lameiro. 
Depois é a vida do campo e todos os sons que imergem da terra: 
os gritos do pastor para juntar o rebanho; 
o ladrar do cão, desesperado, tentando juntar uma ovelha tresmalhada; 
a sinfonia da passarada, atirada ao ar, enquanto saltita de ramo em ramo... as vozes, o trabalho, as cantigas, os chocalhos...
Ao longe, lá no alto, os Outeiros pedregosos, onde o sol nasce, debruçam-se sobre a cancela e sobre o ribeiro, que canta de pedra em pedra, uma melodia de frescura e limpidez.
Este quadro de tranquilidade é quebrado quando se ouve, vindo dos Ferreiros, o toque das Trindades.







































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