Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

terça-feira, 6 de agosto de 2019

O naufrágio da Humanidade



“Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do género humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.” -John Donne

Vem isto a propósito de uma postagem, de Daniela Santiago, jornalista da RTP, sobre o imenso cemitério em que se transformou o Mediterrâneo_"Um cemitério sem fim, de sangue e vergonha. É nisto que se transformou o Mediterrâneo.
Um jornal alemão pública uma lista, a possível, dos milhares de mortos.
As associações de Direitos Humanos acreditam que, por cada corpo resgatado, há dois que nunca são encontrados. Ou seja, 33.293= 99.879 mortes." Palavras de Daniela Santiago

Pois bem, as centenas de milhares de mortes, ocorridas no Mediterrâneo, não nos dizem respeito? Se assim é, há qualquer coisa que não bate bem,
neste nosso planeta, e a palavra Humanidade, não faz o menor sentido.
Nenhum homem é uma ilha isolada! Nenhum país é uma ilha isolada! Nenhuma região é uma ilha isolada.
Se esta catástrofe, que todos os dias ceifa tantas vidas, atinge o Mediterrâneo é como se atingisse Portugal o Japão, a Suiça, o nosso concelho, ou a nossa própria casa.
Por isso, quando os sinos dobram, eles dobram por ti, parte da humanidade, Eles dobram por mim, também.
E por este menino, que, provavelmente, fugindo da morte, deu à costa, trazido pelas ondas, perto da península Turca de Bodrum.
Foi há cerca de quatro anos, e a imagem correu mundo, com a legenda que Sua Santidade o Papa Francisco lhe atribuiu_O naufrágio da Humanidade.




































Sem comentários: