Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A Chuva abençoou os Campos


As nuvens espessas, carregadinhas de água, faziam prever chuva, que tardava a cair.

Finalmente, Lebução abriu os braços à água do céu, que começou a cair de mansinho, como envergonhada, e foi recebida por todos com alegria.

Os lavradores desesperados com a seca que se prolongava já há uns meses, saudaram a água que caíu sobre os campos sequiosos.

Já lá vão os tempos em que se faziam Ladaínhas, espécies de procissões, implorando aos Santos a bênção dos campos, para produzirem bons frutos, e a dádiva da chuva.

Lembro-me do saudoso Padre Daniel, seguindo à frente do povo, fazendo as suas preces em latim.

Saía da Igreja Paroquial e dirigia-se ora para Pedome, Ladaínha de S. Marcos, ora para os Ferreiros, Ladaínha de Santa Marinha.

O povo seguia o Pároco e respondia sempre: Rogai por nós.

4 comentários:

Leandro disse...

a placa que indica os Ferreiros :D saudades dessa vista!

Ainda bem que já começou a chover, principalmente logo depois de todos terem feito as vindimas! vindimas é chuva iria ser uma chatisse!

Em relação á procissão que se fazia, acho mal perderem essas tradiçoes! embora eu nao seja "adepto" de religião, seja ela qual for, e da igreja como instituição, acho que certas tradiçoes se deviam manter, para o bem estar da população e até para chamar mais pessoas á propria aldeia!

pode ser que alguem se agarre a isso futuramente!

Graça Gomes disse...

Concordo inteiramente contigo, Leandro.
As tradições são heranças a preservar. Pena é que certas pessoas não tenham sensibilidade
para entenderem isso.
Beijo

gringo disse...

E com grande alegria e admiracao, que finalmente vejo um blog da nossa freguesia; dou-lhe os parabens a professora Graca, pela iniciativa. um abraco para toda a freguesia.

Graça Gomes disse...

Bem-vindo, Guilherme. É com imensa alegria que te recebo como visitante deste espaço, que é de todos. Gostaste das fotos da Santa Rita? Foi uma festa e tanto! No concurso de merendas ganhámos.
Pena que não estivesses connosco...
Um beijo grande.