Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal


4 comentários:

celestino disse...

Não pude chegar mais cedo. Vais, certamente, desculpar o atraso.
Um Santo Natal para ti e para a família.
Abraço-te desde Monforte.
Celestino

Graça Gomes disse...

Olá, Celestino!
Para os amigos todas as horas são boas. O importante é que se lembrem de nós.
Um Bom Natal para ti também.
Um beijo.

Afonso Carneiro disse...

Olá Graça,
O Natal é a época do ano em que quase todos assumimos as nossas raízes e cumprimos os rituais com orgulho,e se o nosso coração for sensível, também com amor; a este respeito deixo-te um soneto de um autor(e como tu o admiras!) que assumiu as suas origens como poucos....sabes com certeza o que é um torgueiro na nossa terra, sabes também o que é um torga... e no entanto o Dr. Adolfo da Rocha assumiu o pseudónimo de Miguel Torga, coisas de verdadeiros Transmontanos.

Amor

A jovem deusa passa
Com véus discretos sobre a virgindade;
Olha e não olha, como a mocidade;
E um jovem deus pressente aquela graça.

Depois, a vide do desejo enlaça
Numa só volta a dupla divindade;
E os jovens deuses abrem-se à verdade,
Sedentos de beber na mesma taça.

É um vinho amargo que lhes cresta a boca;
Um condão vago que os desperta e toca
De humana e dolorosa consciência.

E abraçam-se de novo, já sem asas.
Homens apenas. Vivos como brasas,
A queimar o que resta da inocência.

Miguel Torga, in 'Libertação'

Graça, Boas Festas para ti e para todos os meus amigos.

Afonso Carneiro

Graça Gomes disse...

Estas Boas Festas, poeticamente falando, foram as melhores que recebi. E olha que não foram poucas! Em jeito de agradecimento, escolhi, para ti, Afonso, este que vou transcrever, de Torga, naturalmente.

"Não são pepitas de oiro que procuro.
Oiro dentro de mim, terra singela!
Busco apenas aquela
Universal riqueza
Do homem que revolve a solidão:
O tesoiro sagrado
De nenhuma certeza,
Soterrado
Por mil certezas de aluvião.
Cavo,
Lavo,
Peneiro,
Mas só quero a fortuna
De me encontrar.
Poeta antes dos versos
E sede antes da fonte.
Puro como um deserto.
Inteiramente nu e descoberto."

Miguel Torga

Um beijo grande e a continuação de Boas Festas.