Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

terça-feira, 18 de maio de 2010

As Árvores não se abatem


"De Sónia Videira a 28 de Fevereiro

Em relação à foto de S. Lourenço, q tem a árvore a sair da parede, fica então sabendo que se trata de uma pereira q ainda dá pêras todos os anos e que antecede a construção da casa. Foi o meu bisavô que a construiu e a ofereceu à minha avó, de 92 anos e ainda viva, por altura do seu casamento. Tendo-se ela casado com 21 anos imagina a idade da árvore! Do outro lado da parede existe um armazém com um lagar e o resto do tronco, claro! De facto, é uma visão engraçada mas o que mais me agrada é pensar que tive um antepassado com a sensibilidade única de não destruir uma simples pereira para construir uma casa para a sua filha. Assim fizéssemos nós nas coisas mais simples da vida! De uma bisneta orgulhosa."


Como diria o meu amigo Doutel Coroado "surripiei" esta imagem e este comentário do blog "Cancelas Portas do Portugal Rural" de um outro amigo, Domingos Pires, porque fiquei agradavelmente surpreendida perante esta sensibilidade em termos ambientais.

Para compensar todos os atentados cometidos contra as nossas árvores, temos aqui um exemplo, um excelente exemplo de protecção do nosso património natural.

Mais palavras para quê?

7 comentários:

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
outros tempos em que se preservava uma simples pereira (na época não devia haver tantas árvores de fruto como hoje...)
conclusão: exemplos não nos faltam... o que, digo eu, talvez nos falte é um pouco de bom senso.
abs

Amante da Natureza disse...

As Árvores são nossas amigas
A presença das árvores desperta uma paz e um sossego na alma humana. Esse é um segredo que explica por que - desde os tempos mais remotos - em todos os cantos do mundo, os sábios e místicos têm usado florestas como locais de refúgio e de inspiração. Há uma relação natural e instintiva entre a árvore e o homem. Até os seus modos de respirar se completam.

É difícil imaginar seres tão benéficos quanto as árvores. Elas embelezam a paisagem, dão sombra, madeira, frutas, e são o refúgio e abrigo de pássaros e outras espécies de animais. Comunicam o subsolo com a atmosfera e purificam o ar. Atraem nuvens, regulam as chuvas, estabilizam o clima e garantem a humidade do solo. Combatem a erosão e evitam o excesso de ventos.

Mas, além das suas funções vitais e práticas, a árvore tem uma forte natureza mágica. Ela é universalmente considerada um símbolo do relacionamento entre céu e terra. Com sua estrutura vertical - o tronco - a árvore estabelece um eixo simbólico de ligação entre o mundo físico e o mundo divino. Por outro lado, seus galhos, ramos, folhas e frutos reúnem toda uma comunidade de aves, insectos, répteis e pequenos mamíferos, o que é um símbolo da infinita diversidade da vida.

dmpires disse...

Foi com infinita satisfação que vi hoje publicado no blogue "Lebução de Valpaços" uma fotografia, com o respectivo comentário, em que está muito bem documentada a sensibilidade das pessoas de outros tempos. As árvores eram preservadas e, até mesmo quando se plantavam, não importava se só os netos viessem a usufruir delas.
Obrigado Graça, por trazer para aqui este tema, também muito sentido no blogue "Cancelas".

Graça Gomes disse...

Sabe, Domingos? A cancela, a casa, a árvore, encerram uma história de sensibilidade, de amor pela natureza, emocionante.
Acho que esta história contada, por quem de direito, deveria fazer parte dos planos curriculares de leitura. é pelo exemplo que se educa e este é um excelente exemplo a seguir, hoje que se abatem árvores só porque sim...
Gostei do que me disse. O Domingos tem sempre a palavra certa para o momento, e isso fez com que eu não me sentisse uma vulgar "surripiadora".
Bem haja.

Alexandra Gomes disse...

Olá Professora Graça.
Estou a escrever só para felicitar pelo magnifico Blog que está a fazer.
Acompanho-o e delicio-me com as suas postagens.
Muitos parabéns de uma admiradora que muito dá valor as árvores…

Beijinhos

Alexandra Gomes disse...

Olá Professora Graça.
Estou a escrever só para felicitar pelo magnifico Blog que está a fazer.
Acompanho-o e delicio-me com as suas postagens.
Muitos parabéns de uma admiradora que muito dá valor as árvores…


Bjinho

Jose Cancelinha disse...

As árvores morrem dignamente de pé...
nao sei se antigamente havia menos árvores mas o certo é que antigamente so se abatiam as estritamente necessárias. Hoje deitam-se árvores abaixo à medida dos "nossos" caprichos e do "nosso" humor, o que está muito mal.