Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A Capela de Santa Marinha



A Ascensão é uma festa que se celebra à quinta-feira, passando a ter um cunho popular, quando o povo, na sua humildade, pretendeu prestar homenagem a Jesus Cristo. Para isso serviu-se dos símbolos da fertilidade nos primeiros frutos, representados na espiga simbólica que, durante o ano inteiro, ficava num sinal de respeito e fé, dependurada numa parede da casa, até à sua renovação no ano seguinte. É celebrada quarenta dias depois da Páscoa e é nesta altura que se fazem as Ladaínhas. Na liturgia, a ladainha, também chamada Prece ou Rogação, é uma oração à Virgem ou santos, com o responsório repetitivo: “Rogai por nós!”.
As Ladainhas Maiores, instituídas pelo Papa Gregório Magno são rezadas no dia de São Marcos. As Ladainhas Menores, nos três dias anteriores à Quinta-Feira da Ascensão.
Aparecem assim ligadas a procissões de penitência, por voto a algum santuário, ou a preces públicas por ocasião de calamidades.

Longe vão os tempos em que o Padre Daniel saía da Igreja Matriz desta terra e, em Procissão, percorria todo o caminho dos Ferreiros, fazendo preces, em voz alta e em latim, até chegar à capelinha de Santa Marinha. O povo que o seguia respondia a cada prece:

Rogai por nós!

2 comentários:

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
muito interessante... é sempre bom ler sobre tradições que nos ajudam a "entender" os usos das nossas comunidades.
abs

Anónimo disse...

Já fui muitas vezes a pé à capela da Santa Marinha. É um lugar lindo. donde se avista uma paisagem de sonho.
Lebução tem destes encantos!