Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A Residência Paroquial


Este é o retrato da residência paroquial de Lebução. Foi construída depois de demolirem uma linda casa de traça tradicional, construída com o material nobre desta região - o granito.

Das recordações que tenho dessa casa, e são muitas, destacam-se duas escadas alpendradas, artisticamente trabalhadas, que lhe davam acesso pela rua e pelo quintal. Casa e quintal foram doados, por testamento, à Igreja de Lebução, por duas senhoras solteiras e sem descendentes directos, de nome Corália e Cândida.

Quero prestar a minha homenagem a essas minhas conterrâneas que sempre viveram modestamente e pensando um pouco no seu semelhante.

O tanque, que sempre existiu no quintal, tornou-se "tanque público" e era ali que se lavava corava e secava a roupa de grande parte da população de lebução. A porta, abria por fora, com um fecho de madeira, para que as pessoas pudessem entrar mais facilmente. A água, fresca como poucas, também matou a sede a muita gente. Para os que passavam das suas lides do campo era paragem obrigatória. Outros deslocavam-se propositadamente para levar para casa, num cântaro ou jarro, essa frescura , que a bica oferecia, generosamente, dia e noite sem parar. No jardim e quintal cultivavam-se flores para embelezar a Igreja, exclusivamente.

3 comentários:

Anónimo disse...

Talvez que com tão nobre acto de doação da casa e do restante património aos mais necessitados essas senhoras esperassem comprar o céu quem sabe. A casa parece bonita e confortável parabéns ao mestre de obras.

Anónimo disse...

Eu partilho a mesma opinião do anónimo. Se a residência está bonita, o mérito é todo do construtor. Que faça assim muitas para embelezar a aldeia, e que seja sempre bem habitada.

Graça Gomes disse...

Não podia estar mais de acordo. Finalmente, anónimo, chegámos a um consenso. O Luís Teixeira é, efectivamente, um excelente artista no ramo da construção.
Para aumentar o seu mérito, acrescente-se o facto de ele ter de refazer aquilo que outros, duvidosamente, executaram.