JORNAL “SOL”
Publica suplemento sobre vida de Armando Tavares
No pretérito dia 2 de Julho, o concelho de Valpaços voltou a ser notícia com um extenso suplemento, publicado pelo conhecido Jornal “Sol”, no contexto do qual o pai do actual autarca valpacense, Francisco Tavares, é destacado pelo seu valioso contributo na 2ª Grande Guerra Mundial, nomadamente, na libertação do conhecido campo de concentração de Dachau.
Na guerra são muitos os que nela participam, contudo, poucos são aqueles cujo tempo, implacável, não apaga a sua memória. No entanto, Armando Tavares, não só pelo papel que desempenhou no palco da Segunda Grande Guerra Mundial, enquanto soldado, pela sua bravura e coragem, mas, fundamentalmente, pela sua nobreza e carácter, de espírito honesto e sincero, a sua memória tem-se perpetuado no tempo e foi agora novamente recordado num suplemento da revista TABU que integra o conhecido jornal “Sol”.
Contrariamente ao seu pai, que cedo emigrou para os Estados Unidos, fugindo da guerra que se abateu sobre a Europa entre os anos de 1914-18, Armando Tavares seguiu caminho oposto regressando, tal como o suplemento refere “para o teatro de guerra no Velho Continente, para libertar o espectro nazi”.
Pai de seis filhos, cedo manifestou o seu sentido de dever, integrando as fileiras do exército norte-americano, que acabariam por ser responsáveis pelo declínio do III Reich. Aquele acabaria por integrar inúmeras campanhas que viriam a revelar-se determinantes no decurso da guerra e que conspiraria a favor das tropas aliadas, entre as quais se destacam a Operação Husky, com a invasão da Sicília, determinando o declínio de Mussolini e a tomada da ilha pelos aliados, a Operação Avalanche, a Nápoles - Foggia e todo o percurso trilhado que culminou com a tomada da capital italiana a 4 de Julho de 1944.
Francisco Tavares, um dos seis filhos do Soldado Armando Tavares, recorda o pai com saudade sublinhando que a guerra foi algo que, certamente, terá marcado o seu pai nos longos dois anos, dez meses e catorze dias em que a guerra foi o seu dia e a sua noite e são poucos os relatos daquele período que o pai terá contado aos filhos. Contudo, sublinhe-se que Armando Tavares esteve entre os soldados que libertaram aquele que foi o primeiro campo de extermínio, hoje transformado em espaço museológico, construído pelos apoiantes de Adolf Hitler, o campo de Dachau, perto de Munique. Este foi, certamente, um momento na vida do soldado Tavares que o marcou para sempre, como um verdadeiro cenário dantesco onde o cheiro da morte e os cadáveres empilhados em decomposição se misturavam com a raiva e o horror dos soldados que libertaram o campo.
Capitulado o III Reich e finda a 2º Grande Guerra Mundial, o soldado que avançou com bravura, integrando as inúmeras batalhas que se desenrolaram na Europa Central, foi oficialmente desmobilizado a 3 de Outubro, regressando aos Estados Unidos, com um registo militar repleto de medalhas e condecorações. Volvidos poucos anos, casa-se com Mariana Baptista, carinhosamente chamada de Marianinha, com que tem uma vasta prole de seis filhos. Armando Tavares faleceu aos 84 anos, junto da família, tendo deixado um legado na história como um português que combateu os nazis e libertou a Europa do jugo do III Reich, mas deixa mais do que isso, deixa a memória de um grande pai, marido e amigo.
Da junção de fragmentos de angústia, medo, saudade e tristeza, mas, sobretudo, de fé, de coragem, de força, de amor, sentido de dever e sacrifício pessoal em prol do ideal comum, surgiu o protagonista da nossa história, o “Soldado Armando Tavares”.
Fonte: Letícia Pinto, Tribuna Valpacense
Publica suplemento sobre vida de Armando Tavares
No pretérito dia 2 de Julho, o concelho de Valpaços voltou a ser notícia com um extenso suplemento, publicado pelo conhecido Jornal “Sol”, no contexto do qual o pai do actual autarca valpacense, Francisco Tavares, é destacado pelo seu valioso contributo na 2ª Grande Guerra Mundial, nomadamente, na libertação do conhecido campo de concentração de Dachau.
Na guerra são muitos os que nela participam, contudo, poucos são aqueles cujo tempo, implacável, não apaga a sua memória. No entanto, Armando Tavares, não só pelo papel que desempenhou no palco da Segunda Grande Guerra Mundial, enquanto soldado, pela sua bravura e coragem, mas, fundamentalmente, pela sua nobreza e carácter, de espírito honesto e sincero, a sua memória tem-se perpetuado no tempo e foi agora novamente recordado num suplemento da revista TABU que integra o conhecido jornal “Sol”.
Contrariamente ao seu pai, que cedo emigrou para os Estados Unidos, fugindo da guerra que se abateu sobre a Europa entre os anos de 1914-18, Armando Tavares seguiu caminho oposto regressando, tal como o suplemento refere “para o teatro de guerra no Velho Continente, para libertar o espectro nazi”.
Pai de seis filhos, cedo manifestou o seu sentido de dever, integrando as fileiras do exército norte-americano, que acabariam por ser responsáveis pelo declínio do III Reich. Aquele acabaria por integrar inúmeras campanhas que viriam a revelar-se determinantes no decurso da guerra e que conspiraria a favor das tropas aliadas, entre as quais se destacam a Operação Husky, com a invasão da Sicília, determinando o declínio de Mussolini e a tomada da ilha pelos aliados, a Operação Avalanche, a Nápoles - Foggia e todo o percurso trilhado que culminou com a tomada da capital italiana a 4 de Julho de 1944.
Francisco Tavares, um dos seis filhos do Soldado Armando Tavares, recorda o pai com saudade sublinhando que a guerra foi algo que, certamente, terá marcado o seu pai nos longos dois anos, dez meses e catorze dias em que a guerra foi o seu dia e a sua noite e são poucos os relatos daquele período que o pai terá contado aos filhos. Contudo, sublinhe-se que Armando Tavares esteve entre os soldados que libertaram aquele que foi o primeiro campo de extermínio, hoje transformado em espaço museológico, construído pelos apoiantes de Adolf Hitler, o campo de Dachau, perto de Munique. Este foi, certamente, um momento na vida do soldado Tavares que o marcou para sempre, como um verdadeiro cenário dantesco onde o cheiro da morte e os cadáveres empilhados em decomposição se misturavam com a raiva e o horror dos soldados que libertaram o campo.
Capitulado o III Reich e finda a 2º Grande Guerra Mundial, o soldado que avançou com bravura, integrando as inúmeras batalhas que se desenrolaram na Europa Central, foi oficialmente desmobilizado a 3 de Outubro, regressando aos Estados Unidos, com um registo militar repleto de medalhas e condecorações. Volvidos poucos anos, casa-se com Mariana Baptista, carinhosamente chamada de Marianinha, com que tem uma vasta prole de seis filhos. Armando Tavares faleceu aos 84 anos, junto da família, tendo deixado um legado na história como um português que combateu os nazis e libertou a Europa do jugo do III Reich, mas deixa mais do que isso, deixa a memória de um grande pai, marido e amigo.
Da junção de fragmentos de angústia, medo, saudade e tristeza, mas, sobretudo, de fé, de coragem, de força, de amor, sentido de dever e sacrifício pessoal em prol do ideal comum, surgiu o protagonista da nossa história, o “Soldado Armando Tavares”.
Fonte: Letícia Pinto, Tribuna Valpacense
3 comentários:
É sempre tempo de trazer à lembrança, e ao conhecimento, dos Portugueses o nome e os feitos daqueles que, ao longo da História, em qualquer campo de batalha --- militar, científica, cultural, artística, social, política --- dignificaram o NOSSO PAÍS.
São aqueles (Homens e Mulheres) que sempre honraram a Pátria Portuguesa a quem nunca é de mais recordar e homenagear.
O «ULTRAMAR» foi a última Grande Guerra que nos coube.
Também a maioria dos que lá estiveram, e os que lá caíram, são merecedores do maior respeito histórico.
Ficou bem a um Jornal Nacional e, igualmente, ao “Tribuna Valpacense”, recordar um Português que soube estar na defesa da Liberdade e da Dignidade Humana.
Como Português, como Transmontano e como Normando-Tamegano sentimo-nos no direito de estar feliz com o exemplo de vida do nosso compatriota.
À autora do Blogue, agradecemos o contributo para a nossa Memória.
Tupamaro
Rufando apressado,
E bamboleado,
Boné posto ao lado,
Garboso, o tambor
Avança em redor
Do campo de amor...
Com força, soldado!
A passo dobrado!
Bem bamboleado!
Amores te bafejem.
Que as moças te beijem.
Que os moços te invejem.
Mas ai, ó soldado!
Ó triste alienado!
Por mais exaltado
Que o toque reclame,
Ninguém que te chame...
Ninguém que te ame...
Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'
Da junção de fragmentos de angústia, medo, saudade e tristeza, mas, sobretudo, de fé, de coragem, de força, de amor, sentido de dever e sacrifício pessoal em prol do ideal comum, eis um resumo da história, do “Soldado Armando Tavares”.
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