Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Hospital de Valpaços


Do Blog "Botar a boca no Trombone" retirei este post, da autoria de Eugénio Leitão Borges. Leiam e poderão constatar que o Hospital de Valpaços, o nosso Hospital corre perigo.



Não constituem grande novidade as notícias que este fim-de-semana saíram no Semanário Transmontano e no Jornal de Notícias, sobre os problemas que se vivem em torno do Hospital de Valpaços.

O assunto já tinha sido abordado e debatido nas duas anteriores Sessões da Assembleia Municipal de Valpaços, onde ficou patente a preocupação dos autarcas sobre o diferendo que se vem agravando ao longo deste ano, entre a Santa Casa da Misericórdia, entidade proprietária do Hospital e a empresa Lusipaços, contratada para gerir, explorar e prestar os respectivos serviços de saúde mediante Protocolo celebrado com a Santa Casa da Misericórdia, segundo consta, até ao ano de 2014.

Também a população, ainda que com algumas reservas e falta de informação concreta sobre o assunto, começa a questionar o que se passa no Hospital, que se diz, correr o risco de encerrar em breve devido ao estrangulamento financeiro a que a entidade gestora tem sido vetada, considerando o incumprimento dos Protocolos estabelecidos. Segundo o que veio a público na imprensa, o grande problema está na retenção das transferências financeiras relativas ao pagamento das comparticipações do Estado pelos utentes do Serviço Nacional de Saúde e de outros subsistemas de saúde estatais, provenientes do Estado e que a Santa Casa da Misericórdia terá que transferir para a empresa Lusipaços, a entidade gestora do Hospital.

Desde logo se impõe a primeira questão: Porque é que a Santa Casa da Misericórdia não transfere atempadamente as verbas a que está obrigada a transferir para a entidade gestora, comprometendo com isso a gestão corrente do hospital, conforme consta nas notícias publicadas?

Daqui poderão resultar ainda outras duas questões:

A empresa Lusipaços tem prestado um mau serviço à população?

Não tem cumprido com os protocolos estabelecidos, levando a Santa Casa a não cumprir com o que está protocolado?

Há ainda outra questão na qual devemos reflectir: Estaria o Hospital de Valpaços aberto desde 1999 e teria o sucesso que tem, se não fosse esta empresa a investir o que investiu no Hospital, em termos de recursos materiais e humanos?

Convém dizer que o Hospital de Valpaços presta serviços que se encontram no patamar da excelência, nomeadamente na área oftalmológica e ortopédica. São imensos os doentes transferidos e encaminhados de vários pontos do país, para se submeterem a intervenções cirurgicas no Hospital de Valpaços. Conta com um bom quadro clínico e também os restantes serviços são prestados com qualidade, dito pelos próprios médicos da terra e pelo povo.

O segundo problema é aparentemente ainda mais complexo do que o primeiro, nomeadamente quanto à sua compreensão. Um dos sócios detentor de 33% do capital social da empresa Lusipaços, quota que a Santa Casa terá comprado apesar de o negócio acabar por não se ter concretizado, apareceu agora a querer assumir funções, algo que não se verificava desde 2001, segundo se pode aferir nas notícias publicadas. Este sócio, que também segundo o que veio a público, terá problemas com a justiça Espanhola e parece contar com o apoio da Santa Casa da Misericórdia estará a dificultar a gestão corrente da sociedade, boicotando a nomeação do gerente ou administrador não sócio.

Quer-se fazer crer que existe um problema entre sócios: mas em qualquer sociedade comercial, os problemas são resolvidos pelo capital. Se for um problema de capital, não existe qualquer problema: de um lado estão 66,66% do capital e do outro estão 33,33%.

As questões mantêm-se:

O que quer a Santa Casa da Misericórdia de Valpaços?

Comprar a empresa Lusipaços?

Romper os Protocolos assinados com a empresa para a gestão e exploração do hospital?

Porquê?

Apresente-se uma, uma razão credível para tal.

Os Valpacenses têm o direito de saber se há algum incumprimento dos Protocolos estabelecidos. Aparentemente, segundo vamos lendo e ouvindo, mediante os depoimentos de inúmeras vozes, a Lusipaços tem prestado um bom serviço ao longo destes anos de actividade em Valpaços. Provam-no as imensas intervenções cirúrgicas nas referidas áreas, oftalmológica e ortopédica. Trata-se de um dos Hospitais onde se fazem mais intervenções cirurgicas na área oftalmológica em toda a região norte.

Quererá a Santa Casa passar a prestar ela própria os serviços de saúde?

Tem know how para isso? Tem capital para adqurir todo o material investido no Hospital ao longo destes anos?

Ou andará por ai alguma empresa prestadora de serviços na área da saúde, interessada em gerir e explorar o hospital?

O que quer afinal a Santa Casa da Misericórdia?

Desgastar a outra parte levando-a a “bater com a porta”? Fazer com que esta se vá embora, levando recursos humanos e materiais, afim de lhe imputar responsabilidades pelo encerramento do hospital?
Este diferendo já se arrasta há tempo demais e terá que ter solução, devendo imperar o bom senso. Os acordos que a Santa Casa da Misericórdia assina com a Administração Regional de Saúde do Norte, vão cessar brevemente, sendo alvo de nova negociação. Como se sabe esses acordos são fundamentais para a sobrevivência financeira do hospital e para que se continue a prestar serviços aos utentes do Serviço Nacional de Saúde. Com todo este imbróglio que dura e perdura, o que pretende fazer a Santa Casa da Misericórdia quando se sentar à mesa das negociações?

Uma última palavra para louvar a os esforços que o Sr. Presidente da Câmara Municipal e o Sr. Director Clínico do Hospital, têm efectuado em todo este processo, não se coibindo a esforços de mediação neste diferendo, tentando salvar o Hospital de Valpaços.

É também preciso ter consciência de que o Hospital de Nossa Senhora da Saúde, designação atribuída, após a sua conclusão em meados do século passado, foi construído à custa de muito esforço e esmola do Povo de Valpaços. Para se ter uma melhor percepção da actividade actual do Hospital de Valpaços, leia-se esta notícia, publicada no Jornal Terra Quente em Janeiro do corrente ano, onde constam também algumas declarações do anterior gerente não sócio, sobre o bom funcionamento do Hospital.

Que impere o bom senso, a bem do Concelho de Valpaços!

PS: no dia em que o Semanário Transmontano noticiou o problema, pelas 09.30 da manha já não havia qualquer jornal à venda nos quiosques Valpacenses. Segundo consta, terão sido dois funcionários de uma das instituições em causa, a adquirir a totalidade do semanário. A quem interessará sonegar a informação aos valpacenses? Se não há nada a ocultar nem a temer, porque se recorrem a métodos nada próprios em democracia?

Para aceder a esta e outras notícias siga esta ligação:



5 comentários:

Anónimo disse...

"Quando o mar bate na rocha, quem se lixa é o mexilhão."
Eu ainda não entendi, mas há muita gente mais inteligente do que eu que já lá chegou, o que quer a sta casa da misericórdia relativamente ao Hospital de Valpaços.
Criar condições para o encerrar?
Não caiam nessa, irmãos, porque estão a cabar a vossa sepultura.
Não brinquem com o povo.

Anónimo disse...

Eu vou citar Eugénio Borges e parece que fica tudo dito:

"Uma última palavra para louvar a os esforços que o Sr. Presidente da Câmara Municipal e o Sr. Director Clínico do Hospital,DrºAfonso Videira, têm efectuado em todo este processo, não se coibindo a esforços de mediação neste diferendo, tentando salvar o Hospital de Valpaços.

É também preciso ter consciência de que o Hospital de Nossa Senhora da Saúde, designação atribuída, após a sua conclusão em meados do século passado, foi construído à custa de muito esforço e esmola do Povo de Valpaços.
Que impere o bom senso, a bem do Concelho de Valpaços."
Mais palavras para quê?

Anónimo disse...

Isto resolve-se bem e de uma vez por todas, fazendo uma auditoria à SCM, mas feita por uma sociedade de Revisores de Contas independente.

Anónimo disse...

joao castelo-branco joao3cbranco@hotmail.com
Gostei: Sem Opiniao ... Concordo: Sem Opiniao ...
Comentário:
Lamentável! Infelizmente, em Valpaços, cidade com cada vez mais vincadas marcas da interioridade, com parcos recursos instituições e personalidades desinteressadas, capacitadas e de espirito altruista, assiste-se constantemente ao emergir de pessoas de valor, caracter e qualidade muito questionáveis. Este é mais um exemplo, em que uma instituição com inquestionáveis créditos e importancia se encontra sitiada, ou mesmo a saque, por parte de uma quadrilha composta por elementos que se encaixam naquele perfil. O Hospital de valpaços é uma valia fundamental para a população concelhia e mesmo de toda a região, aliás, tal como a Santa Casa da Misericórdia. Tais instituições, julgo, deverão relacionar-se numa base de cooperação e elevação, tal como os corpos directivo/administrativos das mesmas. Estes últimos, não deverão esquecer-se, que da sua conduta, depende o bem estar de milhares de habitantes, co-cidadãos. Nesta perspectiva, constata-se que o actual elenco que encabeça a Santa casa, sem qualquer respeito quer pelas instituições quer pelas populações, age a seu belo prazer, com laivos de autoritarismo consubstanciado numa bondade, idoneidade e competência encapotadas. Assim, a quadrilha formada pelo Sr Eugénio Morais, Dr. Telmo Moreira, Sr Gualter e o procurado e fugitivo Dario Martinez, procuram denegrir, desestabilizar e destruir um património de todos os valpacenses, com objectivos bem delineados... Esperemor que não o consigam. Se assim for, que o povo não esqueça tais vigaristas. João Catelo-Branco

Anónimo disse...

Chamem a Polícia e ela resolverá, num instante, o imbróglio, metendo na cadeia os que andam a viver à custa da Misericórdia. E também os(o) que andam procurados (o) pela Guárdia Civil Espanhola.
A Santa casa tornou-se reserva natural dum certo tipo de ladrões, corruptos, ávidos do poder, fugitivos, jagunços, prepotentes...