Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Tricotando a linha e a vida


Quando o sol desaparece mais cedo na linha do horizonte e os dias começam a ficar cada vez mais curtos, é sinal que, pouco a pouco, vamos perdendo o Verão, o Verão da nossa alegria, do nosso contentamento.

O Outono instalou-se entre nós!

Mostra-no-lo as folhas do calendário e as pinceladas frescas, vivas, amarelo/ avermelhadas com que se vai pintando a paisagem.

Numa tarde soalheira, ainda com muito Verão à mistura, as amigas juntaram-se na "Fonte da Igreja", nas escadas do adro. Estas escadas foram, ao longo dos tempos, um ponto de encontro de gerações, permitindo uma conversa mais alargada, um convívio, uma noite de serão...

Branca Teixeira, Justina e Mariana Tavares vão tricotando o fio e a vida, nas memórias que lhes alimentam os dias e a esperança.

O Outono do tempo e o Outono da vida numa conjugação perfeita, tornando mais real este quadro de imensa ternura, onde não falta o "Perdido" também ele com muitos dias vividos...





7 comentários:

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
ao ler e ver este post recordei-me de uma peça de um dos telejornais de hoje que abordava o tema das doenças mentais nos idosos...
Ora... talvez esteja aqui uma resposta a esse problema...
abs

Maria de Lebução disse...

Olha a senhora Branca do senhor Rafael. Ela já tem mais de oitenta anos. Era da idade da minha mãe.
As outras também devem ter mais de oitenta. Mas não parece. A vida na aldeia deixa as pessoas mais novas.

Graça Gomes disse...

Já todas passaram a casa dos oitenta. Quem diria!

Luis F. S. disse...

Sentadas nas escadas do adro as mulheres de Lebução vão falando com saudades do passado. É assim a vida depois dos oitenta.

Graça Gomes disse...

Está bem enganado se pensa que estas senhoras só falam do passado.
Têm uma vida mais activa do que muitos bem mais novos...

mariadosameirolucio disse...

Q LINDA FOTO DESTAS SNRAS,MTO GOSTAM DE TRICOTAR FAZEM TRABALHOS LINDÍSSIMOS.NESSAS ESCADAS MTOS SE SENTARAM E OUTROS AINDA SE SENTARÃO.CHEGARAM A ESSA IDADE PELA BOA QUALIDADE DE VIDA Q AS ALDEIAS OFERCEM AOS SEUS HABITANTES.

Graça Gomes disse...

Bem vinda, Sameiro, ao Blog "Lebução de Valpaços"!
Por estas escadas, efectivamente, já passou muita gente. Era o lugar procurado, ao fim da tarde, para o merecido repouso e para as conversas do costume.
Um beijo e volta sempre.