Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 5 de setembro de 2010

Valpaços em Festa


Vai Passar a Procissão


É Domingo!Tocam os sinos na torre da igreja,

Há rosmaninho e alecrim pelo chão.

Na nossa aldeia que Deus a proteja!

Vai passando a Procissão.

Mesmo na frente, marchando a compasso,

De fardas novas, vem o solidó.

Quando o regente lhe acena com o braço,

Logo o trombone faz popó, popó.

Olha os bombeiros, tão bem alinhados!

Que se houver fogo vai tudo num fole.

Trazem ao ombro brilhantes machados,

E os capacetes rebrilham ao sol.

Olha os irmãos da nossa confraria!

Muito solenes nas opas vermelhas!

Ninguém supôs que nesta aldeia havia

Tantos Bigodes e Tais sobrancelhas!

Ai, que bonitos que vão os anjinhos!

Com que cuidado os vestiram em casa!

Um deles leva a coroa de espinhos.

E o mais pequeno perdeu uma asa!

Pelas janelas, as mães e as filhas

As colchas ricas, formado troféu.

E os lindos rostos, por trás das mantilhas,

Parecem anjos que vieram dos Céu!

Com o calor, o prior vai aflito

E o povo ajoelha ao passar o andor

Não na aldeia nada mais bonito

Que estes passeios de Nosso Senhor!

Tocam os sinos na torre da igreja,

Há rosmaninho e alecrim pelo chão.

Na nossa aldeia que Deus a proteja!

Já passou a Procissão.

(António Lopes Ribeiro)

























1 comentário:

Anónimo disse...

Não há festa como esta em Trás-os-montes.
Já dizia o Drº Veloso Martins na Monografia de Valpaços.
E vai continuar assim sempre.