Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A Queda da Monarquia


Nas últimas décadas do século XIX, o descontentamento da população crescia. Para pagar as obras públicas, o governo contraía dívidas, aumentava os impostos, e o custo de vida subia.

Os pobres estavam mais pobres e os ricos mais ricos.

A monarquia portuguesa era alvo de críticas devido à incapacidade revelada para resolver a crise económica e financeira.
D. Carlos vivia como rei de um País de que não desejava ter muitas maçadas.

Entre as maçadas e as caçadas não hesitava na escolha.
Desde muito cedo fizera de Vila Viçosa um local de eleição para as suas digressões cinegéticas e de lazer relaxante. Os ministros e até o próprio Presidente do Ministério tinham de rumar até esta vila alentejana quando havia algo a tratar ou o rei os chamava.
Foi o que sucedeu no dia anterior ao regresso fatídico de 1 de Fevereiro de 1908.

O último Rei de Portugal foi deposto, numa Revolução, levada a efeito pelos, então, chamados republicanos. Foi essa revolução que, a 5 de Outubro de 1910, implantou a República.

A Primeira República.

Dessa Primeira República Portuguesa ficou a triste imagem da instabilidade. E, foi essa instabilidade, que abriu as portas à Ditadura Militar que implantou o chamado Estado Novo.

D. Manuel II, que morreu novo, no exílio - dizem alguns que de desgosto e saudade da Pátria - pernoitou, a sua última noite em Portugal, no Palácio Real de Mafra. No dia seguinte, na Ericeira, embarcava com sua mãe, a Rainha D. Amélia, rumo ao exílio, em Inglaterra.


A nossa região está ligada, tristemente ligada, à morte do rei D. Carlos.

Manuel dos Reis Buíça, sargento de Cavalaria, nascido em Bouçoais, foi um dos regicidas, que se suicidou logo a seguir, dizem.


Em casa dos meus pais sempre existiu esta imagem de D. Manuel ll, último rei de Portugal, revestido das insígnias da Realeza, conforme escrito no canto inferior direito da moldura, o que me leva a crer que a minha família materna, de certo modo, esteve ligada à monarquia.

E, como a vontade dos que já partiram é para respeitar, vai continuar a ter lugar, exposto, numa parede de minha casa.



7 comentários:

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
faz muito bem em preservar a memória dos seus...
abs

Armando Sena disse...

O Buiça, lembro-me do tio Zé das Bouças falar nele. Triste herói.

Maria disse...

Esta história termina em Lisboa, no dia 01 de Fevereiro de 1908, onde num atentado contra a monarquia, D. Carlos I cai assassinado, juntamente com o seu sucessor, o infante D. Luís, restando como descendente seu segundo filho que seria o último rei de Portugal: D. Manuel II.

João Dinis disse...

Apesar de todo o desenvolvimento ocorrido na 2ª metade do século XIX em Portugal, nas últimas décadas desse século sentia-se, por todo o país o descontentamento da população.

A Revolução de 5 de Outubro de 1910 pôs fim à Monarquia e instaurou uma nova forma de governo, chamada República.

A 1ª República Portuguesa (1910-26), apesar das novas leis, não conseguiu durar muito… nem resolver os problemas do país.

Leandro Afonso disse...

os ultimos dias da monarquia parecem os dias de agora... infelizmente já nao existem revoluções!

Graça Gomes disse...

Olá Leandro!
Não vieste à vindima...
Acho que o teu pai está contente com a colheita.
Realmente há muita semelhança entre os últimos anos da Monarquia e os tempos conturbados que vivemos...
Oxalá não apareça por aí nenhum Buíça para mudar o rumo à história.

Eliseu Afonso disse...

Eu já vi nesta pagina do blog, os vivas á republica, mas pk?
Estamos em democracia e todos temos o direito de nos penunciar, ma sacho que devemos fazer afirmações concretas e defenidas, e não abrir a boca por abrir especialmente quando se fala de coisas sérias.
alguem me sabe dizer quantos governos houve entre o 5/10/1910 até á tomada de posse de salazar? Viveu-se bem? e agora está-se a viver bem? Quem?
Eu não sou monarca, mas conheço países evoluidos que vivem em monarquia e bem. O que temos nós?
uma cambada de oportunistas e ............
Por favor tenham juizo e reivindiquem o que nos faz falta seja em republica ou monarquia.
os meus cumprimentos.

Sou E.A.