Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O fim do Blog Lebução de Valpaços


Hoje é o último dia do blog Lebução de Valpaços. Não foi uma decisão tomada de ânimo leve, pois há tempos que ando a ponderar sobre o fim destas páginas que, quase diariamente, tenho postado, para dar a conhecer a minha terra natal e para reatar laços com os meus conterrâneos espalhados pelo país e pelo mundo.

Circunstâncias várias provocaram um certo desencanto em relação ao blog, aos comentaristas, aos visitantes... Por isso só vejo um caminho - o da partida.

Antes de dizer que o faço com muita dor, e porque este blog estava, também, um pouco conotado com a poesia, vou deixar para todos, mas para todos, incluíndo aqueles que não me vêem quando se cruzam comigo, um poema.

Até sempre, e gostei de partilhar convosco tantos momentos.



Vais partir naquela estrada

Onde um dia chegaste a sorrir

Vais deixar abandonada

Essa flor que era amor a florir

Lembro essa manhã

Quando paraste no jardim

Era o Verão

A nascer para mim

Nuvens de alegria

E mil ventos a cantar

Era a força

Que nos queria tramar

Vais partir naquela estrada

Onde um dia chegaste a sorrir

Vais deixar abandonada

Essa flor que era amor a florir


Lembras a montanha

Que subimos a correr

Quando a noite

Já vinha a descer

Lembras a cabana

E a velha rocha junto ao mar

Era ali

Que nos queriam tramar


Tinhas no teu peito

O bater de uma canção

Letra feita

Por quem sabe a lição

Vais partir naquela estrada

Onde um dia chegaste a sorrir

Vais deixar abandonada

Essa flor que era amor a florir


Foste uma viagem

Sem fronteira e sem país

Foi o fim

Do quadro que eu fiz

Foste o meu castelo

O meu palácio de brincar

Desgostosa

Mandaste-te p'ró mar


Mas é sempre assim

O meu final de cada Verão

Sempre acaba

Com um afogão


Tempo que passou

Não volta mais a recordar

E no mar

Eu te vejo a afundar.....






13 comentários:

Unknown disse...

Bolas!
Isto foi uma grande pancada!
O dia está lindo. O Sol não engana.
E as petas dos que nos (se) têm governado já são tantas que nem um único dia do ano já há para lhes fazer de pernão!
Assim, ainda assustado e assarapantado com o que acabamos de ler, corremos para o calendário a ver se o Fevereiro foi de “trinta e um”, o Março de “vinte e nove” e o Abril começava num dia de chuva ou de trovoada … ou o copo de água de acabávamos de beber tinha mais «grau» do que uma garrafa de «marelinha» das Eiras ou da Granginha.
Esfregámos os olhos, «scaneámos» o anti-vírus, consultámos o boletim meteorológico da Ponte da Pulga, fizemos uma figa, e telefonámos ao S. Nicolau para sabermos se tinha andado à chapada com os «mânfios» que deram cabo do Hospital de Valpaços.
Mas nenhuma bota bate com a perdigota.
Bem, seja lá como for, vamos deixar um Poema :

…………
A LIÇÃO


Esforçou-se por ensinar aos putos
Hoje o professor o “c” e o “que”, e o “quê”
E o “porquê”, e o “quando”, e o “como”, chutos
Nos putos, sem querer, já se vê.
Mas o ensino é isto, os brutos
Frente ao sábio senhor que crê
Na arte do ofício, e vetustos muros
Onde espíritos puros perdem o pé.
O saber é árduo, dificílimo. Dissolutos
Seres, imaturos, que têm de aprender
O que farão em tempos futuros,
E o tempo, agora a perder-se, a arder.
Dentes da roda na engrenagem medonha
Que faz do professor aula enfadonha.

Domingos de Oliveira
…………..
Tupamaro

Anónimo disse...

Este blogue chegou ao fim!
Não pode ser.
O que vai ser dos comentaristas anónimos?

É caso para dizer:

"Bô, bem m'ou finto"

Anónimo disse...

É dia das mentiras....

Armando Sena disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Armando Sena disse...

Viva o dia das mentiras ou dos enganos. Por cá continuaremos com gosto.

Anónimo disse...

iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

João Ratão disse...

(Chico Buarque)

O que será, que será?
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
E gritam nos mercados que com certeza
Está na natureza
Será, que será?
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem tamanho...

O que será, que será?
Que vive nas idéias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Que está no dia a dia das meretrizes
No plano dos bandidos dos desvalidos
Em todos os sentidos...

Será, que será?
O que não tem decência nem nunca terá
O que não tem censura nem nunca terá
O que não faz sentido...

O que será, que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Por que todos os risos vão desafiar
Por que todos os sinos irão repicar
Por que todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo...

Anónimo disse...

Vocês ainda não sabem o porquê do fim deste blog?
Olhem que é muito fácil.
Determinação das altas esferas do Reino de Valdecacos.
Este blog ou quem o administra deve estar em rota de colisão com o poder local.
Certo?

Anónimo disse...

Será verdade?

Anónimo disse...

O anónimo das 10:12 deve vir de algum planeta desconhecido e aterrou aqui em Valpaços acidentalmente.
Você não conhece Valpaços, nem a autarquia, nem a administradora deste blog.
Se assim fosse daria o dito por não dito que é como quem diz, meteria a viola no saco.
Este blog já foi considerado, por quem de direito, uma extensão do Boletim Municipal.
Rota de colisão entre a professora Graça e a autarquia? Não acreditem.
Ela tem mais poder na Câmara do que muitos que lá ganham o pão.
O pão e a manteiga...

Eugénio Borges disse...

Quando li, fiquei triste, porque este espaço é uma rua, uma praça, um bêco, um olhar, um sopro, uma extensão, uma extensão, mas de Lebução, da sua boa gente, das suas tradições, usos, costumes e segredos ancestrais. É um espaço que respira cultura transmontana, boa disposição e ainda dá a oportunidade a todos de expressarem a sua opinião em liberdade.

Acredito que por vezes o desânimo se apodere de quem por bem aqui está a fazer bem à sua terra, ao seu Concelho.

Bem Haja amiga Graça.

Felizmente hoje é dia 1 de Abril, e para grado de muitos e tristeza de poucos, continuarás com a magia da tua escrita a mostrar ao mundo o que de bom há em Lebução e em valpaços.

Lebuçanense Activo disse...

Ora bolas!
A Prof. Graça arrumou com o poema(canção) do Clemente.
Ele agora vai ter de rever a letra e não sei se não optará pela sua versão.
A sério, fartei-me de rir.

Lebuçanense Activo disse...

Ah! Esqueci-me de dizer uma coisa, mas vou dizer agora já que me dão essa oportunidade.
Ainda bem que o blog Lebução de Valpaços não acabou, para nosso bem Lebuçanenses, e de todos os anónimos que nele entram.
Podem assim mostrar a sua ignorância.
E muitas vezes a sua maldade.