Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Quinta-Feira Santa






O Domingo de Ramos abre solenemente a Semana Santa, com a da entrada de Jesus em Jerusalém. Jesus é recebido em Jerusalém como um rei, aclamado com ramos de palmeira e de oliveira. Mas os mesmos que o receberam em festa condenaram-no, pouco depois, à morte, crucificando-o entre dois ladrões.


As celebrações da Semana Santa em Lebução começavam na quarta-feira de cinzas com a imposição das cinzas durante a celebração da Eucaristia, reportando-nos à fragilidade da nossa condição humana. As Cinzas bentas e colocadas sobre as nossas cabeças fazem-nos lembrar que vamos morrer; que somos pó e que ao pó da terra voltaremos (cf. Gn 3, 19).




A partir de quarta-feira nos altares eram colocados panos, normalmente roxos, para cobrir os Santos, em sinal de luto. Começava, assim, a Quaresma com as habituais Via Sacras, rezadas em grupos e cantadas no final de cada Estação, traduzindo, em oração, o caminho de Jesus Cristo, e o seu sofrimento, carregando a cruz até ao Calvário, onde morreu crucificado.




Mas, todo o período da Quaresma, era vivido, na minha terra, muito intensamente, em espírito de oração e renúncia. Esse espírito era traduzido em jejuns, penitência, sacrifícios, tentando imitar a vida e a paixão de Cristo, que passou por estes sofrimentos por amor à Humanidade.



Este período quaresmal termina com um conjunto de celebrações que se desenrolam no chamado Tríduo Pascal, que remontam ao século IV, seguindo as indicações evangélicas sobre estes acontecimentos. Quinta-feira, Quinta-Feira Santa ou Quinta-Feira das Endoenças, assinala o início do Tríduo, com um “carácter festivo”, quando se inicia a celebração eucarística que invoca a Última Ceia de Jesus Cristo com os Apóstolos.



Quinta-Feira da Ceia
É o quinto dia da Semana Santa. Neste dia é relembrada especialmente a Última Ceia. É também celebrada a cerimónia de Lava-pés, onde se relembra o gesto de humildade de Jesus, lavando os pés dos seus doze discípulos e comendo com eles a ceia derradeira. É neste momento que Judas Iscariotes sai correndo e vai entregar Jesus por trinta moedas de prata. É nesta noite em que Jesus é preso, interrogado e no amanhecer da Sexta-feira, açoitado e condenado. A igreja fica em vigília ao Santíssimo, relembrando os sofrimentos começados por Jesus nesta noite.











1 comentário:

Anónimo disse...

A tradição já não é o que era, embora ainda haja localidades que teimam em preservar toda a cultura rural e dar um bom exemplo aos mais novos. Parabéns ao povo de Lebução e à professora Graça.
João Teixeira