Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 22 de maio de 2011

Caminhos de Giestas






Eu canto para ti um mês de giestas
Um mês de morte e crescimento ó meu amigo

Como um cristal partindo-se plangente

No fundo da memória perturbada


Eu canto para ti um mês onde começa a mágoa

E um coração poisado sobre a tua ausência

Eu canto um mês com lágrimas e sol o grave mês

Em que os mortos amados batem à porta do poema


Porque tu me disseste quem em dera em Lisboa


Quem me dera me Maio depois morreste

Com Lisboa tão longe ó meu irmão tão breve

Que nunca mais acenderás no meu o teu cigarro


Eu canto para ti Lisboa à tua espera

Teu nome escrito com ternura sobre as águas

E o teu retrato em cada rua onde não passas

Trazendo no sorriso a flor do mês de Maio


Porque tu me disseste quem em dera em Maio

Porque te vi morrer eu canto para ti

Lisboa e o sol Lisboa com lágrimas

Lisboa a tua espera ó meu irmão tão breve

Eu canto para ti Lisboa à tua espera...


(Poema de Manuel Alegre, canção de Adriano Correia de Oliveira)


Nota: Hoje dia 22 de Maio era o dia de aniversário da minha irmã Fátima.















1 comentário:

Romeiro de Alcácer disse...

AS GIESTAS


Ladeiam as estradas.
Humílimas, florescem.

Levam-nas em braçadas
Ou pisam-nas no chão.

Irmãs da Primavera,
No monte reverdecem.

Um símbolo parecem
Da nossa condição.


De Edgar Carneiro
-em Poemas Transmontanos - 1978



Romeiro de alcácer