Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Eu quero dar-te a Lua










Hoje é Dia da Criança

e eu quero dar-te a Lua.

Mas há meninos sem nada

que dormem sós numa rua.



Hoje é Dia da Criança,

na aula lês teus direitos.

Mas há meninos nas obras,

a mando de alguns sujeitos.



Hoje é Dia da Criança

saboreias chocolate.

Mas há meninos raptados

que sonham com o resgate.



Hoje é Dia da Criança

em todo o Planeta Terra.

Mas há meninos que morrem

em combates, numa guerra.



Hoje é Dia da Criança,

tu brincas, cantas, sorris.

Um dia, cada criança

como tu será feliz.




Luísa Ducla Soares

























4 comentários:

Anónimo disse...

Obrigada professora Graça pela lembrança linda do dia da criança.

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
belo poema! Grato por me ter dado a oportunidade de o conhecer. E... muito belas imagens!
abs

Nazaré Duarte disse...

Neste dia que é dedicado a todas as crianças, é bom que não esqueçamos os dez princípios da “Declaração dos Direitos da Criança:

Princípio 1º
Toda criança será beneficiada por estes direitos, sem nenhuma discriminação de raça, cor, sexo, língua, religião, país de origem, classe social ou situação económica. Toda e qualquer criança do mundo deve ter seus direitos respeitados!

Princípio 2º
Todas as crianças têm direito à protecção especial e a todas as facilidades e oportunidades para se desenvolver plenamente, com liberdade e dignidade. As leis deverão ter em conta os melhores interesses da criança.

Princípio 3º
Desde o dia em que nasce, toda a criança tem direito a um nome e uma nacionalidade, ou seja, ser cidadão de um país.

Princípio 4º
As crianças têm direito a crescer e criar-se com saúde. Para isso, as futuras mães também têm direito a cuidados especiais, para que seus filhos possam nascer saudáveis. Todas as crianças têm também direito à alimentação, habitação, recreação e assistência médica.

Princípio 5º
Crianças com deficiência física ou mental devem receber educação e cuidados especiais exigidos pela sua condição particular. Porque elas merecem respeito como qualquer criança.

Princípio 6º
Toda a criança deve crescer num ambiente de amor, segurança e compreensão. As crianças devem ser criadas sob o cuidado dos pais, e as mais pequenas jamais deverão separar-se da mãe, a menos que seja necessário (para bem da criança). O Governo e a sociedade têm a obrigação de fornecer cuidados especiais para as crianças que não têm família nem dinheiro para viver decentemente.

Princípio 7º
Toda a criança tem direito a receber educação primária gratuita, e também de qualidade, para que possa ter oportunidades iguais para desenvolver as suas habilidades. E como brincar também é uma boa maneira de aprender, as crianças também têm todo o direito de brincar e de se divertir!

Princípio 8º
Seja numa emergência ou acidente, ou em qualquer outro caso, a criança deverá ser a primeira a receber protecção e socorro dos adultos.

Princípio 9º
Nenhuma criança deverá sofrer por negligência (maus cuidados ou falta deles) dos responsáveis ou do Governo, nem por crueldade e exploração. Não será nunca objecto de tráfico (tirada dos pais e vendida e comprada por outras pessoas). Nenhuma criança deverá trabalhar antes da idade mínima, nem deverá ser obrigada a fazer actividades que prejudiquem a sua saúde, educação e desenvolvimento.

Princípio 10º
A criança deverá ser protegida contra qualquer tipo de preconceito, seja de raça, religião ou posição social. Toda criança deverá crescer num ambiente de compreensão, tolerância e amizade, de paz e de fraternidade universal.

Maria da Nazaré disse...

A tarefa de atribuir direitos à Criança tem sido um caminho longo, até à concretização da Convenção de 1989, quase no limiar do século XXI, que contemplou, acima de tudo, a libertação das crianças e o reconhecimento destes como cidadãos, detentores de direitos e deveres. Os dois textos declaratórios que a precederam (em 1924 e 1959) indiciavam que a afirmação dos direitos da criança correspondia mais a uma declaração de princípios de ordem proteccionista e ética dos menores. É mediante os desígnios convencionais de 1989 que se adquire um verdadeiro estatuto jurídico e libertador.

Recordemos o choque causado no caso de Mary Colwell, em 1871, que para ser protegida dos maus tratos que o pai lhe provocava teve de invocar a Lei Contra a Crueldade Contra os Animais e ganhou, porque naquele tempo não existia qualquer diploma legal que a pudesse proteger.

Tradicionalmente, naquela época (e em certos casos, quase até aos dias de hoje), as crianças eram vistas como propriedade dos seus pais, os quais são investidos de direitos considerados indispensáveis para levar ao um “bom porto” a sua propriedade – a criança. No entanto durante este século tem-se constatado existir, cada vez mais, mudanças no relacionamento entre pais e filhos, passando-se de uma educação repressora para uma mais liberal, passando a ser o afecto a base da educação.
A transformação deste relacionamento pais/filhos, deu-se, na opinião da Prof.ª Natália Soares (Instituto de Estudos da Criança/Universidade do Minho), “quando se reconheceu que os direitos do pais sobre os filhos não são invioláveis e o Estado tem a obrigação de intervir e proteger as crianças se tal for necessário, sendo que para a consolidação deste passo, foi necessário, compreender que na realidade existem pais maltratantes e capazes de abusar das suas crianças. “

Se a Convenção dos Direitos da Criança representou um ponto de viragem e constituiu um marco fundador na história da criança enquanto sujeito de direitos próprios, há agora que definir uma estratégia precisa por todos aqueles que trabalham e têm responsabilidade na área da infância, de modo a consolidar-se os progressos alcançados no passado, enfrentando com determinação as dificuldades persistentes e identificando os novos desafios do futuro.

Isto porque, como dizia Fernando Pessoa, "Grande é a poesia, a bondade e as danças... Mas o melhor do mundo são as crianças".