Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 6 de março de 2013

É tempo de merujas




Os produtos da terra foram, durante muito tempo, a principal fonte de
alimentação da gente  de Lebução e de toda a área envolvente. Como a carne e o peixe eram raros na maior parte dos lares, havia uma grande variedade de plantas que ajudavam a superar ou a mitigar essas carências, essa penúria.
As plantas de que hoje falamos, as merujas, encontram-se, a partir de Fevereiro, Março, nas fontes,
minas de água e agueiras dos lameiros, nascentes e ribeirinhos, no
campo. Nascem à superfície da água tal como nenúfares, mas diferentes destes, que nos deslumbram com a beleza, as merujas satisfazem o nosso paladar. Entram na nossa mesa, em apetecíveis saladas que, depois de bem temperadas, estão prontas a acompanhar tudo.

Quando muito desenvolvidas começam a “espigar” ou seja, deitam uma flor branca, indicando que 
tempo de consumo acabou.

















1 comentário:

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
tempo de merujas é sempre sinal de bom "tempo" à mesa!
Abraço