Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Pelo S. Brás a cegonha verás; se a não vires mau ano terás




No séc. XVI foi encontrada uma cegonha no centro da Europa, que possuía uma ferida cicatrizada com um pedaço de flecha enterrada e originária de África. Foi assim possível, pela primeira vez, comprovar que as cegonhas atravessavam o Mar Mediterrânico. Iniciou-se então, com esta descoberta, o crescimento exponencial do interesse pelo fenómeno da migração, tendo-se começado a recorrer à anilhagem de aves para o estudo dos movimentos migratórios das espécies.
Os movimentos sazonais da Cegonha-branca e a sua conspicuidade atribuíram a esta espécie, desde tempos remotos, uma atenção popular muito particular. São vários os exemplos de significados atribuídos à chegada das cegonhas em Janeiro/Fevereiro e de ditos populares a eles associados:
No nosso Concelho, a Cegonha-branca aparece, geralmente, em Fevereiro, princípios de Fevereiro. Se nessa data não chegarem os casais desta espécie, é prenúncio de mau ano agrícola. Por isso, o povo diz: “Pelo S. Brás a cegonha verás; se não a vires, mau ano terás”.

Noutro ponto do país, em Idanha-a-Velha, o aparecimento da Cegonha-branca, nos fins de Janeiro, era motivo de alegria: “Lá vem a cegonha que traz um vintém no bico”. É que um grande proprietário local, na época da chegada das cegonhas, passava a pagar mais um vintém, por dia, aos seus jornaleiros.
A Cegonha-branca foi adquirindo assim, ao longo dos tempos, por todos os significados que lhe possam ser atribuídos, ao nível da consciência popular, uma importância significativa junto das populações, de forma que, apesar de perseguida por alguns, desde sempre lhe foi associada uma forte consciência de conservação. Segundo uma antiga tradição nortenha, por exemplo, matar uma cegonha era “crime de mão cortada”.
Os juvenis distinguem-se dos imaturos e adultos, principalmente, através da coloração do bico e patas. O bico é, nas primeiras fases de vida, mais curto, e quase preto, passando progressivamente para uma coloração acastanhada ou vermelho-pálido com a ponta preta, até atingir a coloração vermelha, nos adultos, tão característica desta espécie.
As diferenças morfológicas entre machos e fêmeas são muito ligeiras, de difícil detecção no campo. Esta distinção faz-se essencialmente ao nível do tamanho corporal, sendo o macho normalmente ligeiramente maior que a fêmea, e ao nível de pequenas diferenças na forma e comprimento do bico.A postura é efectuada em Fevereiro/Março e, durando a incubação, pouco mais que um mês (33-34 dias). O período de permanência no ninho, após a eclosão, é de aproximadamente dois meses (58-64 dias).A incubação, tal como a protecção e a alimentação das crias, é realizada por ambos os membros do casal. Um pormenor interessante do comportamento de protecção das crias, quando são muito pequenas, é a abertura das asas, por parte dos progenitores, para produzir sombra nas horas de maior calor.

Cada casal pode criar com sucesso 1 a 5 crias. Existem ainda alguns casos conhecidos de 6 juvenis voadores por ninhada, situação considerada muito rara.

Fonte: Wikipédia, com alterações




















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