Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Uma cantiga de Lebução em jeito de homenagem



MARCHA DE LEBUÇÃO 


Vamos cantar 
Lebução é a nossa terra amada
Risonha fada enamorada
Em trono d’ouro a descansar


É pequenina
Mas lá isso não tem nada
Tem a grandeza e o valor
Do grande amor do nosso lar


P’las suas ruas
Pobrezinhas mas contentes
Passeiam bandos de crianças
Lá vizinhas inocentes


Cantando
Com graça infinda
A terra linda
Tão linda!
Tão linda!


Lebução, Lebução
O meu torrão natal
Não há rival
Igual a ti
Lebução és o meu tesouro
O berço d’ouro
Onde eu nasci
Lebução és o meu tesouro
O berço d’ouro
Onde eu nasci.



Miguel Moura (lebuçanense)

Nota: Esta preciosidade, em forma de poema, dedicado à nossa terra, que eu desconhecia, de todo, é da autoria do meu colega de Escola Primária e grande amigo, Miguel Moura, e foi-me cedido, gentilmente, pela nossa conterrânea, Remédios Lavrador, esposa do Duarte Lavrador.
Esta postagem é, por isso, uma singela, mas sentida, homenagem ao Miguel Moura, ao nosso grande amigo Miguel Moura, que partiu tão cedo e deixou muitas saudades.
À Remédios Lavrador o meu bem hajas pela lembrança, pela disponibilidade e, de certo modo, por continuares ligada à tua terra, à terra que te viu nascer e onde passaste alguns anos da tua vida.
Como dizia o poeta " a nossa terra é um pouco como as nossas mães; só há uma, aquela."
A tua, Remédios, é, e será sempre, Lebução.
E, tanto quanto sei, tens grande orgulho nisso.




















2 comentários:

Unknown disse...

Pois é bem verdade que sinto um grande orgulho em ser de Lebução e tenho muita pena quando vejo a nossa aldeia a ser espoliada de tantas infraestruturas que legitimamente angariou. Mas enfim, "Portugal é Lisboa e o resto é paisagem". Quanto à Marcha de Lebução, que a mãe do Miguel Moura me ensinou quando estudava em Chaves, teria muito prazer em cantarolá-la para alguém que soubesse música e conseguisse algo de bom e de bonito para a nossa terra. Se alguém tiver alguma ideia, cá estarei para apoiar. Um abraço a todos. Remédios Lavrador

Graça Gomes disse...

Concordo com o que disseste, Remédios. A nossa terra, que outrora foi grande, hoje é uma imagem, esbatida e desfocada desses tempos. Sabes que as pessoas da nossa terra, maioritariamente idosas, já não têm aquela garra, aquela força, aquela determinação de outros tempos.
Por outro lado, as aldeias, nomeadamente as aldeias do nordeste transmontano, são olhadas, por quem detém o poder, como reserva natural das tradições deste país e pouco mais. Assim, não vamos longe.