Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 29 de junho de 2014

S. Pedro - o santo que hoje festejamos




Foto retirada da Internet


S. Pedro quis levar um trauliteiro para o Céu
[um conto popular, a propósito das festas de S. Pedro, em Vila Real]

Contava-se antigamente que havia um sujeito na Campeã que era muito mau. Onde quer que chegasse armava logo arruaça. A justiça andava sempre em cima dele. Ia de festa em festa com um daqueles grandes varapaus que então se usavam, e, por dá cá aquela palha, desatava logo à paulada. A única festa onde ele se portava bem era no S. Pedro, em Vila Real, pois era muito devoto deste santo. E tão devoto era que, quando morreu, o santo quis ter para com ele uma atenção, arranjando maneira de o levar para o Céu. Mas não se deu lá bem. Perguntou-lhe S. Pedro passados uns dias:
– Então, dás-te bem aqui?
– Não me dou nada bem. Aqui só há anjinhos. Não tenho a quem dar nem sequer um bofetão! 
– Sendo assim, vou-te arranjar outro sítio.
Pô-lo no Purgatório. Esteve então lá uns poucos de dias, até que S. Pedro o voltou a visitar:
– Estás melhor aqui?
– Aqui também não – respondeu ele. – Andam todos de mãos erguidas a pedir perdão ainda antes de eu lhes arriar! 
– Sendo assim – diz S. Pedro, – vamos ver como te dás no outro sítio que tenho para ti.
Levou-o para o Inferno. E como eram amigos, não tardou em ir lá saber dele, convencido de que estaria tão farto daquele sítio que lhe pediria para voltar para o Céu. Então perguntou-lhe:
– E aqui que tal te dás?
E logo ele:
– Aqui é que eu bem estou, levo porrada mas também dou!

Fonte - Alexandre Parafita























Sem comentários: