Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sábado, 26 de julho de 2014

Somos transmontanos e gostamos da terra





Somos transmontanos e gostamos da terra. Temos uma relação de amor e cumplicidade com a natureza, que todos os dias nos surpreende e deslumbra.

Na nossa região vive gente de fibra, habituadas a enfrentar as agruras da vida, fazendo das fraquezas força e da tristeza alegria. O povo das nossas aldeias desafia a falta de maquinaria agrícola, a falta de mão de obra, valendo-se da entreajuda, a que o nosso povo chama torna- jeira.
Toda a região transmontana é marcada por ancestrais práticas comunitárias. Este tipo de relacionamento interpessoal é mais do que um ideal de vida ou uma forma de estar em sociedade , deriva acima de tudo da necessidade de entre-ajuda na labuta rural, na labuta do dia a dia.

As práticas comunitárias sempre existiram nos trabalhos agrícolas bem patentes nos trabalhos ligados à colheita do cereal, no nosso caso o centeio, típico de zonas frias, e cultivado em solos arenosos e poucos férteis.

Com o amadurecer do cereal é necessários ceifá-lo, as segadas faziam-se no regime de torna jeira, O proprietário do cereal tinha a seu cargo a alimentação e as bebidas para todos. Assim, de forma mais ou menos ordenada se faziam as segadas de toda a aldeia.

Seguia-se a acarreja, transporte do cereal para as eiras, tarefa em que a entreajuda era ainda mais indispensável. Por último temos as malhadas, o cereal era separado da palha. Há muitos anos, este trabalho era feito manualmente, com a ajuda de uma rudimentar alfaia a que chamavam malhos.























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