Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

As castanhas já começam a cair



"Mas o fruto dos frutos, o único que ao mesmo tempo alimenta e simboliza, cai dumas árvores altas, imensas, centenárias, que, puras como vestais, parecem encarnar a virgindade da própria paisagem. (Miguel Torga)

Quando chega o Outono, Lebução, e todos os campos que circundam esta terra, mudam de cor. Na paisagem multicolor, sobressaem gigantescos castanheiros, de ramos descaídos com o peso dos ouriços, abertos à força das castanhas, que vão caindo numa chuva, miudinha, que o povo aceita como uma bênção. É assim há centenas de anos, tantos quantos testemunham muitos dos velhos castanheiros implantados nos campos de Lebução:


"trezentos anos a crescer, trezentos anos em seu ser, outros trezentos a morrer", confirmou Aquilino Ribeiro, escritor cuja admiração pelos castanheiros transpira da sua vasta obra literária.

Hoje, a castanha está intimamente ligada às comemorações de São Martinho e ao Magusto, sendo consumida durante o outono, normalmente assada ou cozida. 






























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