Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 28 de dezembro de 2014

Fogueiras do Menino, fogueiras da Consoada, fogueiras do galo - a tradição transmontana



Um dos rituais que perdura até aos nossos dias, em Trás-os-Montes, nomeadamente  no Nordeste Transmontano, diz respeito às fogueiras do Menino, fogueiras da Consoada, fogueiras do galo ou fogueiras do Natal.
Sob a influência da Igreja, a fogueira profana de adoração solar dos Romanos passou a ser cristianizada e a servir de ritual cristão ao culto divino testemunhado na quadra natalícia a Jesus Cristo – considerado o «verdadeiro símbolo do Sol que vai nascer, para iluminar todo o homem que vem ao Mundo».

 Reunia-se a rapaziada da aldeia e, com a ajuda de carros de bois, dava-se a volta às melhores canhotas que ficaram nos montes e nas propriedades ao longo do ano. Ateada ao anoitecer da véspera de Natal, a fogueira ardia, geralmente até à passagem de ano, no adro da igreja. A fogueira representava  a luz e o toque do sino chamava os cristãos para a missa do galo.
Associada à fogueira está a missa do galo.
Segundo a lenda no século IV a comunidade cristã de Jerusalém seguia em peregrinação até Belém para celebrar a Missa do Natal na hora do primeiro canto do galo, mencionado por Jesus na traição de Pedro, descrito nos evangelhos de Matheus (capítulo 26, versículo 34) e Marcos (capítulo 14, versículos 68 a 72). O galo cantou três vezes quando Pedro negou Jesus, por isso, a missa da meia-noite no Natal tem este nome. Em Roma a celebração acontece desde o século V, na Basílica de Santa Maria Maior.
O galo passou a simbolizar vigilância, fidelidade e testemunho cristão. Por isto, no século IX a ave foi parar no campanário das igrejas.
Celebrar o Natal em muitas localidades do Nordeste Transmontano é regressar às festas da Antiguidade Pagã. Uma vivência com elos de ligação que restam, ao cabo de dois milénios de cristianismo, ao ritual cíclico das festividades agrárias do solstício do Inverno (quando o sol toca o ponto mais a sul do Equador, altura em que a estação fria principia no hemisfério Norte). Perante estes dados faz todo o sentido o provérbio popular citado na região transmontana: “ande o frio por onde andar, no Natal há-de chegar”.
Fonte: Internet































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