Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sábado, 10 de janeiro de 2015

Janeiro geoso e Fevereiro chuvoso fazem o ano formoso





Chuva em Janeiro e não frio, dá riqueza no estio.
Comer laranjas em Janeiro, é dar que fazer ao coveiro.
Da flor de Janeiro, ninguém enche o celeiro.
Dezembro com Junho ao desafio, traz Janeiro frio.
Em Janeiro saltinho de carneiro.
Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar,
 põe-te a chorar, se vires nevar, põe-te a cantar.
Janeiro fora mais uma hora e, quem bem contar, hora e meia há-de achar.
Em Janeiro, cada ovelha com seu cordeiro.
Em Janeiro, sete capelos e um sombreiro.
Em Janeiro, um Porco ao sol e outro ao fumeiro.
Janeiro fora, cresce uma hora.
Janeiro geoso e Fevereiro chuvoso fazem o ano formoso.
Janeiro molhado, se não cria o pão, cria o gado.
Janeiro molhado, se não é bom para o pão, não é mau para o gado.
Janeiro tem uma hora por inteiro.
Luar de Janeiro não tem parceiro; mas lá vem o de Agosto que lhe dá no rosto.
Não há luar como o de Janeiro nem amor como o primeiro.
No minguante de Janeiro, corta o madeiro.
O mês de Agosto será gaiteiro, se for bonito o 1º de Janeiro.
Pintainho de Janeiro, vai com a mãe ao poleiro.
Poda-me em Janeiro, empa-me em Março e verás o que te faço.
Quem em Janeiro lavrar, tem sete pães para o jantar.
Sapato branco em Janeiro é sinal de pouco dinheiro.
Se o sapo canta em Janeiro, guarda a palha no sendeiro.
Se queres ser bom alheiro, planta alhos em Janeiro.
Se queres ser bom milheiro, faz o alqueire em Janeiro.
Seda em Janeiro, ou fantasia ou falta de dinheiro.
Verdura de Janeiro, não vai a palheiro.
Vinho verde em Janeiro, é mortalha no telheiro.
Aproveite Fevereiro quem folgou em Janeiro.
Calças brancas em Janeiro, sinal de pouco dinheiro.
Cava fundo em Novembro para plantares em Janeiro.



























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